Denúncia contra Lupi expõe racha sobre o FGTS

via Coluna da Esplanada

Denúncias contra o advogado João Graça, do PDT, esconderia guerra pelo controle do Comitê do Fundo de Investimento do FGTS; órgão composto por membros do governo e representantes dos trabalhadores é quem decide o rumo dos bilhões de reais para investimentos; a Petrobras, por exemplo, pleiteia R$ 9 bilhões para o projeto do complexo petroquímico de Itaboraí (RJ), o Comperj; Graça deverá assumir a presidência desse bilionário fundo no próximo dia 26 de fevereiro, por direito de rodízio, como representante do governo.
Denúncias contra o advogado João Graça, do PDT, esconderia guerra pelo controle do Comitê do Fundo de Investimento do FGTS; órgão composto por membros do governo e representantes dos trabalhadores é quem decide o rumo dos bilhões de reais para investimentos; a Petrobras, por exemplo, pleiteia R$ 9 bilhões para o projeto do complexo petroquímico de Itaboraí (RJ), o Comperj; Graça deverá assumir a presidência desse bilionário fundo no próximo dia 26 de fevereiro, por direito de rodízio, como representante do governo.
A denúncia publicada em uma revista no último sábado de que uma empresária pagou R$ 200 mil de propina ao ex-ministro do Trabalho Carlos Lupi, e na qual cita que o atual titular, Manoel Dias, “é nosso”, envolve muito mais que a acusação sobre um suposto esquema milionário de venda de registro sindical.

Nos bastidores, descerram-se as cortinas de algo maior dentro do ministério: a disputa pelo poder no Comitê do Fundo de Investimento do FGTS (Fundo de garantia do tempo de Serviço), com saldo de bilhões para investimentos.

Em entrevista, a empresária Ana Cristina Aquino disse que entregou dentro de uma bolsa Louis Vuitton a quantia ao próprio ministro. Ele nega e rebate que não há provas. Mas em uma outra frente, Ana Cristina envolve o advogado do PDT no Paraná, João Alberto Graça. Segundo Ana Cristina, ele se tornou sócio de sua empresa no Estado, de carretas “cegonha” para transporte de carros, a fim de abocanhar contrato com a Renault, recém-instalada na região; mas nada andou, e a empresa não saiu do papel.

à‰ nesse ponto que começa a encrenca, e aparece outra encrenca na esteira da denúncia. Não é apenas a acusação política. Há um jogo de interesses dentro do Comitê do Fundo de Investimento do FGTS. João Graça será (ou seria) o próximo presidente do comitê, com poder de caneta para direcionar investimentos do fundo. Mas agora é detonado por parte do conselho. Abriu-se, então, uma guerra entre dois grupos.

Um defende a posse de Graça na presidência, por direito de rodízio, como representante do governo. Outro o quer fora dali, e usa a denúncia da revista para extirpar do ministério a turma de Graça. Esse grupo quer indicar para o cargo o representante da Caixa Econômica Federal, Fábio Cleto.

E por trás dessa disputa de indicações, os objetivos de cada grupo: João Graça é contra a aplicação de R$ 9 bilhões do FGTS para a Petrobras no projeto do complexo petroquímico de Itaboraí (RJ), o Comperj. Os adversários internos de Graça trabalham pelo aporte para ajudar a petroleira no projeto. (Aqui, um parêntese: a destinação dessa vultosa quantia para a Petrobras é surpresa para muita gente graúda do governo. à‰ outro mistério, já que a estatal informa estar bem das contas.).

Economia

Houve na quarta-feira à  tarde uma tentativa de torpedear Graça em uma eleição virtual. Não conseguiram por falta de quorum. O homem ganhou fôlego. A nova reunião ocorrerá no dia 26 de fevereiro e muita coisa pode sair dos corredores até lá, contra os dois lados. A despeito de tudo, cabe ao Ministério Público denunciar o esquema do registro sindical, se houver provas, e à  polícia fechar o cerco ao ministério.

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