Zelensky decepciona na ONU, que economiza no aplauso ao líder ucraniano

O presidente Lula foi aplaudido sete vezes na ONU, enquanto Zelensky foi louvado apenas uma vez na Assembleia Geral

O presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, tomou a palavra na 78ª Sessão da Assembleia Geral da ONU, realizada na cidade de Nova York, EUA, com pouco entusiasmo dos 193 chefes de Estado presentes ao encontro.

A expectativa dos articulistas da GloboNews, do sistema Globo, era de que Zelensky seria a principal atração política nesse evento da ONU, no entanto, a realidade foi outra com destaque para a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O discurso marcou a primeira vez que Zelensky participou pessoalmente do evento desde o início do conflito em seu país, contrastando com sua participação remota no ano anterior, quando foi aplaudido de pé.

A título de comparação, o presidente Lula foi aplaudido sete vezes durante sua fala que abriu a 78ª Assembleia da ONU.

Diante de uma audiência de 193 chefes de Estado, Zelensky não conseguiu cativar o público como esperado por sua torcida.

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Enquanto os líderes ocidentais optaram por trajes formais, o presidente ucraniano escolheu uma camisa verde-musgo, destacando-se notavelmente, porém, sem brilhar como esperava.

Em seu discurso, Zelensky expressou preocupação com o fato de a Rússia ainda possuir armas nucleares, enquanto a Ucrânia havia renunciado ao seu arsenal na década de 1990.

Ele ressaltou que a posse de armas nucleares por qualquer nação torna cada conflito potencialmente catastrófico, alertando para os perigos que isso implica.

Além disso, Zelensky acusou a Rússia de usar táticas desumanas de guerra, como bloquear portos ucranianos, atacar com mísseis e drones e, de forma alarmante, utilizar a falta de alimentos como arma estratégica em escala global.

Ele também denunciou o uso de energia como uma ferramenta de pressão, apontando que a Rússia estava transformando usinas de energia de outros países em potenciais bombas, citando o exemplo da usina de Zapozhizhia, que foi ocupada por forças russas.

Zelensky não deixou de mencionar a deportação de crianças ucranianas para a Rússia, uma prática cruel que tem afetado centenas de milhares de jovens em territórios ocupados.

O presidente ucraniano informou que o Tribunal Penal Internacional emitiu um mandado de prisão para Vladimir Putin, o presidente russo, em virtude desses crimes.

Além disso, Zelensky mencionou os conflitos da Rússia com outras nações e advertiu que muitos assentos na Assembleia da ONU poderiam permanecer vazios se a Rússia continuasse a agir de forma agressiva.

Ele criticou a credibilidade das promessas de Putin e destacou a necessidade de união para enfrentar a agressão russa.

O discurso de Zelensky também incluiu referências à proposta de paz da Ucrânia, que visa garantir a manutenção territorial e soberania de todos os territórios do país.

Este compromisso com a paz foi enfatizado em várias ocasiões durante sua fala.

Além disso, é importante observar que Zelensky está programado para se encontrar com o presidente Lula durante sua estadia nos Estados Unidos.

Este encontro bilateral está agendado para a tarde seguinte ao encontro de Lula com o presidente americano, Joe Biden.

O discurso de Zelensky na ONU trouxe à tona questões cruciais relacionadas à segurança global e à situação da Ucrânia.

O desempenho de Vladimir Zelensky decepcionou sua torcida, a exemplo da Globo, reconhecendo que “flopou” o discurso do líder ucraniano.

Por outro lado, em seu discurso inaugural da conferência, Lula afirmou que a guerra da Ucrânia escancara a incapacidade coletiva de fazer prevalecer os propósitos e princípios da Carta da ONU.

“Não subestimamos as dificuldades para alcançar a paz”, cobrou o presidente brasileiro, ao dizer que nenhuma solução será duradoura se não for baseada no diálogo.

“Tenho reiterado que é preciso trabalhar para criar espaço para negociações. Investe-se muito em armamentos e pouco em desenvolvimento”, continou o presidente Lula.

Segundo Lula, no ano passado os gastos militares somaram mais de 2 trilhões de dólares enquanto as despesas com armas nucleares chegaram a 83 bilhões de dólares, valor vinte vezes superior ao orçamento regular da ONU.

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