O deputado federal eleito Zé Trovão (PL-SC), bolsonarista raiz, afrouxou o sutiã e reconheceu a derrota do presidente cessante Jair Bolsonaro (PL) na eleição do segundo turno.
Líder do movimento dos caminhoneiros, Trovão disse que agora é hora de “erguer a cabeça” e que o grupo do ainda inquilinod o Palácio do Planalto perdeu uma batalha, mas não a guerra.
– Para nós foi uma derrota que nos entristece muito, nos assombra porque nós nunca imaginamos que o povo brasileiro iria escolher, eu vou usar até um termo bíblico, por Barrabás ao invés do Messias. Isso foi uma grande surpresa. Mas, como eu sempre digo, é hora de bater a poeira das botas, erguer a cabeça – declarou ao jornal Folha de S.Paulo.
O jornalista Oswaldo Eustáquio, parceiro de exílio de Trovão, ao Blog do Esmael, na véspera da eleição, também indicava que reconheceria o resultado das urnas. Eles dois passaram um mês no México, após ordem de prisão do ministro do STF Alexandre de Moraes, no âmbito do inquérito dos atos antidemocráticos, no 7 de setembro de 2021.
– A esquerda só conseguiu eleger quatro governadores, então nós temos 23 governadores em alinhamento. Podemos fazer um grande mandato, trabalhar em favor da vida humana, dar ao brasileiro e principalmente, no meu caso, ao catarinense, o respeito e a dignidade que ele tanto precisa – continou Zé Trovão.
A questão é outra, caro Trovão.
Com 99 deputados eleitos para a próxima legislatura da Câmara, dificilmente um terço desses continuarão aderidos ao bolsonarismo. A tendência é que ao menos 66 parlamentares declarem “independência”, em um primeiro momento, seguido de apoio incondicional ao vindouro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O Partido Progressista (PP) do presidente da Câmara Arthur Lira (AL) e do líder do atual líder do governo Ricardo Barros (PR), com 47 eleitos, muito provavelmente, devem confirmar seu DNA governista aderindo a Lula já na instalação da próxima legislatura – 1º de fevereiro de 2023.
Aliás, Barros também já foi líder dos governos petista de Lula e Dilma Rousseff.
Ou seja, apenas uma ínfima parcela radicalizada do bolsonarista permanecerá na oposição.
Some-se a Trovão, a deputado bang-bang Carla Zambelli (PL-SP) – apontada como uma das responsáveis pela derrota de Bolsonaro, por empunhar uma arma de fogo contra um homem negro na véspera da eleição no segundo turno.
– E é isso. Perdemos uma batalha, mas não perdemos a guerra. Continuamos firmes no nosso propósito. Manterei a minha oposição contra a esquerda sempre e principalmente contra o PT. Mas tenho que trabalhar, preciso fazer o melhor por Santa Catarina, sempre – disse Zé Trovão, indicando que permanecerá na bolha bolsonarista.
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Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.