O ministro da Educação, Abraham Weintraub, esteve reunido na tarde de hoje (15) com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O encontro, que já estava previsto na agenda, ganhou dramaticidade após a participação do ministro na manifestação contra o Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional. No sábado, o grupo Brasil dos 300, liderado por Sara Winter, tentou invadir Senado e disparou rojões em direção da corte máxima, além de ameaçar seus magistrados.
Sara Winter, bolsonarista de carteirinha, assim como Weintraub, foi presa. O ministro da Educação também teve o pedido de prisão, temporária ou preventiva, requerido esta tarde ao STF pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Segundo os bastidores da política, em Brasília, Weintraub já carimbou o passaporte para deixar a pasta nas próximas horas ou dias. Ele teria perdido todas as condições de permanecer no cargo, pois, somado ao isolamento político, o ministro é tido como incompetente por educadores, congressistas, militares e integrantes do próprio governo.
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Numa das versões da reunião com o presidente, esta tarde, Weintraub teria colocado o cargo à disposição de Bolsonaro. O presidente da República teria assentido com a demissão, mas, ainda de acordo com os bastidores, analisa o melhor momento para anunciá-la.
A saída de Weintraub, calculam os palacianos, arrefeceria os ânimos no STF, Congresso e na área da educação que entrou em estado de alerta com a tentativa de nomeação de reitores nas universidades federais durante a pandemia de coronavírus. A medida antidemocrática foi estancada com a devolução da MP 979, pelo senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), ao presidente da República.
De combatente bolsonaristas, da linha de frente, Abraham Weintraub se transformou no maior passivo do Palácio do Planalto, que precisa se livrar dele imediatamente para não arrastar [ainda mais] o presidente Bolsonaro para o fogo do inferno.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.