Veja os deputados que votaram contra a privatização da Copel

Por 38 votos a 14, a Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP) aprovou em primeira discussão nesta quarta-feria (23/11) a privatização da Copel (Companhia Paranaense de Energia).

Votaram contra a privatização da Copel os seguintes deputados:

  1. Arilson Chiorato (PT)
  2. Coronel Lee (DC)
  3. Cristina Silvestri (PSDB)
  4. Evandro Araújo (PSD)
  5. Goura (PDT)
  6. Luciana Rafagnin (PT)
  7. Luiz Claudio Romanelli (PSD)
  8. Mabel Canto (PSDB)
  9. Márcio Pacheco (REP)
  10. Michele Caputo (PSDB)
  11. Professor Lemos (PT)
  12. Requião Filho (PT)
  13. Tadeu Veneri (PT)
  14. Tercílio Turini (PSD)

O deputado Requião Filho (PT) ironizou o resultado da votação na ALEP: “Até agora a pouco, o grito no Paraná era “A Copel é nossa”. Depois da vergonha no plenário da Alep hoje a tarde, o grito mudou: “A Copel é Massa””, disse, se referindo ao Grupo Massa – que leva o sobrenome do apresentador Ratinho.

Nessa primeira votação na ALEP, o que chamou a atenção foram as defecções na base governista. Ao menos cinco parlamentares votaram contrariamente à proposta de privatização de Ratinho Junior (PSD). A saber: Coronel Lee (DC), Evandro Araújo (PSD), Luiz Claudio Romanelli (PSD), Márcio Pacheco (REP) e Tercílio Turini (PSD).

Em regime de urgência, a Assembleia pretende fazer a segunda votação da privatização da Copel nesta quinta-feira (24/11).

Agora veja os deputados que foram A FAVOR da privatização da Copel

  1. Adelino Ribeiro (PSD)
  2. Alexandre Amaro (REP)
  3. Alexandre Curi (PSD)
  4. Anibelli Neto (MDB)
  5. Artagão Junior (PSD)
  6. Bazana (PSD)
  7. Boca Aberta Jr (PROS)
  8. Cantora Mara Lima (REP)
  9. Cobra Repórter (PSD)
  10. Del. Fernando Martins (REP)
  11. Del. Jacovós (PL)
  12. Douglas Fabrício (CDN)
  13. Dr. Batista (União)
  14. Elio Rush (União)
  15. Francisco Buhrer (PSD)
  16. Galo (PP)
  17. Giberto Ribeiro (PL)
  18. Gilson de Souza (PL)
  19. Guto Silva (PP)
  20. Homero Marchese (REP)
  21. Jonas Guimarães (PSD)
  22. Luiz Carlos Martins (PP)
  23. Luiz Fernando Guerra (União)
  24. Marcel Micheletto (PL)
  25. Márcio Nunes (PSD)
  26. Mauro Moraes (União)
  27. Natan Sperafico (PP)
  28. Nelson Justus (União)
  29. Nelson Luersen (União)
  30. Paulo Litro (PSD)
  31. Plauto Miró (União)
  32. Reichembach (PSD)
  33. Ricardo Arruda (PL)
  34. Rodrigo Estacho (PSD)
  35. Sold. Adriano José (PP)
  36. Soldado Fruet (PROS)
  37. Tiago Amaral (PSD)
  38. Tião Medeiros (PP)

ALEP impediu entrada de manifestantes

A mesa diretora da ALEP impediu pessoas que estavam na fila, se cadastrando, de entrarem no plenário. Não houve uma justificativa para barrar o público, que pretendia acompanhar a votação e olhar nos olhos dos deputados.

Economia

Ministério Público do Trabalho vê inconstitucionalidades na privatização da Copel

Em ofício aos deputados e à ALEP, a Procuradora Regional do Trabalho, Margaret Matos de Carvalho, Procuradora-Chefe da PRT 9ª Região, requereu a realização de audiência pública prévia, como condição para a tramitação da proposta legislativa, devendo ser ouvidos todos os Sindicatos representativos dos trabalhadores e trabalhadoras da Copel. No entanto, o presidente da Casa, deputado Ademar Traiano (PSD), torceu o nariz e colocou a proposta em votação.

Abaixo, leia a íntegra do documento do MPT:

REQUERIMENTO PÚBLICO PROPOSTA DE PRIVATIZAÇÃO DA COPEL

O MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO – PROCURADORIA REGIONAL DO TRABALHO DA NONA REGIÃO, por sua Procuradora Chefe, vem a público e perante os Exmos. Deputados, comunicar seu posicionamento em relação à discussão ora travada na Assembleia Legislativa do Estado do Paraná a respeito de possível votação de proposta de privatização da Companhia Paranaense de Energia Elétrica – COPEL, que impactará significativamente a vida de milhares de empregados e empregadas e, razão disso, é imprescindível se discutir, previamente, a situação atual e pós-privatização dos contratos de trabalho dos empregados e empregadas da COPEL S/A.

São milhares de trabalhadores e trabalhadoras, cujo futuro é incerto e inseguro. Já tivemos exemplos passados de privatizações que impactaram negativamente a vida de milhares de empregados e empregados, a exemplo do ocorrido no nosso Estado quando da privatização da TELEPAR que, mesmo após compromisso documentado de manutenção de postos de trabalho, tão logo privatizada, a empresa que adquiriu todo o seu patrimônio, promoveu, em um único dia, a dispensa de quase mil empregados que, do dia para a noite, ficaram desamparados. Parte dos empregados se encontrava próxima da aposentadoria e tiveram o direito prejudicado. Muitos adoeceram mentalmente. Uma parte significativa não conseguiu reposicionamento no mercado de trabalho. O Estado lavou mãos.

A aprovação de legislação permitindo a privatização da COPEL, sem a prévia e necessária oitiva dos Sindicatos que representam os empregados e empregadas da COPEL, quase uma dezena de entidades sindicais, é violadora do princípio da dignidade humana. Viola, também, o princípio Constitucional que prevê a valorização do trabalho humano. Ambos princípios são fundantes do Estado Brasileiro e devem nortear as ações dos gestores públicos, em todos os níveis e poderes.

O que se observa é que a proposta de privatização da COPEL não foi discutida com a profundidade que merece, o que invariavelmente levará ao atropelo de questões básicas e fundamentais, com a possibilidade real de violação de direitos da classe hipossuficiente das relações laborais.

MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO

Procuradoria Regional do Trabalho da 9ª Região – Curitiba – Sede

Uma empresa se faz, especialmente, pelos seus empregados e empregadas e que merecem ser ouvidos bem como os seus argumentos tratados com a devida importância.

Por todo o exposto, o Ministério Público do Trabalho no Paraná REQUER a realização de audiência pública prévia, como condição para a tramitação da proposta legislativa, devendo ser ouvidos todos os Sindicatos representativos dos trabalhadores e trabalhadoras da COPEL.

O presente documento será encaminhado aos deputados e deputadas da Assembleia Legislativa Estado do Paraná bem como ao Governador do Estado.

Curitiba, 23 de novembro de 2022.

Margaret Matos de Carvalho Procuradora Regional do Trabalho Procuradora-Chefe da PRT 9ª Região

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