Sistema S pode complicar Ratinho

Posse do governador Carlos Massa Ratinho Junior. Na foto, com o vice governador, Darci Piana – Curitiba, 01/01/2019 – Foto: Jaelson Lucas/ANPr
Pode dar chabu um estudo encomendado pelo então governador eleito, Ratinho Junior (PSD), em dezembro de 2018, junto à Fundação Dom Cabral.

A promessa era que, após a posse, Ratinho contratasse o estudo da Fundação por R$ 800 mil. Foi impedido pela burocracia estatal.

Em meio às negociações de cargos estratégicos e secretarias, eis que o G7 — grupo que reúne as principais entidades representativas do setor produtivo paranaense – resolveu “meter a mão no bolso” do contribuinte para pagar a conta do estudo.

LEIA TAMBÉM
ONU poderá determinar libertação de Lula em março

O vice de Ratinho, Darci Piana (PSD), é oriundo do Sistema S. Ele é presidente licenciado do Sistema Fecomércio.

“O objetivo da Dom Cabral é apresentar possibilidades para atender o pedido feito pelo governador eleito: uma máquina pública menor e mais eficiente”, explicou na época Fabio Cammarota, professor de Gestão Pública e Organização do Estado da instituição.

Economia

O diabo é que o dinheiro do Sistema S é carimbado para ser utilizado na qualificação da mão de obra dos trabalhadores, não para lobbies e outras bruxarias de determinados setores. Além disso, os interesses das paraestatais não se confundem com os interesses de quaisquer governos.

Na semana que passou, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, foi preso pela ‘Operação Fantoche’ da Polícia Federal sob suspeita de farra publicitária de R$ 400 milhões. Esse fato acendeu a ‘luz vermelha’ nas terras das araucárias.

O Blog do Esmael soube que o Instituto de Engenharia do Paraná (IEP), entusiasta da “mudança” política no estado, durante a campanha eleitoral, pulou fora do barco de Ratinho Junior na semana passada. “Não existe um projeto claro sobre os rumos do governo. Não vamos segui-lo (Ratinho) cegamente”, disse ao site um dirigente da entidade.

“O número de secretarias diminuiu, mas o número de cargos comissionados aumentou muito”, informou o engenheiro que pediu anonimato.

O G7 tem como sócios basicamente entidades ligadas ao Sistema S. É formado pela Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Federação da Agricultura do Paraná (Faep), Federação e Organização das Cooperativas do Paraná (Fecoopar), Federação do Comércio do Paraná (Fecomércio-PR), Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Paraná (Fetranspar), Associação Comercial do Paraná (ACP) e Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná (Faciap).