A velha mídia corporativa – Folha, Estadão, Veja, Globo e outros veículos que se macaqueiam – vê qualidades antropofágicas no ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro (Podemos).
Depois de prender o ex-presidente Lula (PT) para ajudar na vitória de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2018, os jornalões acreditam que Moro adquiriu virtudes do petista, a exemplo dos indígenas tupis-guaranis no Brasil colônia, que imaginavam incorporar os espíritos quando comiam os portugueses invasores.
Os barões da mídia brasileira estão quase batizando o ex-juiz de “Sergio Moro Lula da Silva“. Até copiam termos como “lawfare” [uso da lei para perseguir um adversário político], amplamente denunciado pela defesa lulista, na época em que o pré-candidato do Podemos ainda surfava na onda da Lava Jato.
Agora, pasme, é Moro quem usa termos utilizados pelos advogados de Lula na contestação da denúncia de sonegação fiscal no Tribunal de Contas da União (TCU).
Sergio Moro virou alvo do TCU em investigação de sonegação fiscal no pagamento que recebeu da empresa Alvarez & Marsal, que administra judicialmente empresas que foram devassadas pela finada Lava Jato. Segundo o ex-juiz e ex-ministro, ele ganhou R$ 3,537 milhões do escritório americano em menos de um ano.
Nos telejornais da Globo, como a GloboNews, a séria acusação contra Moro é tratada como “revanchismo” e “intempestividade” devido à aproximação das eleições de outubro.
A título de comparação, em 2018, a Globo, a GloboNews e os jornalões não viam essa “intempestividade” quando a caça era Lula. Pelo contrário. Reverberaram as fake news sobre triplex, sítio de Atibaia e terreno do Instituto Lula. E o que é mais grave ainda: não pediram desculpas mesmo com o Supremo Tribunal Federal (STF) anulando todas as sentenças e declarando a suspeição de Sergio Moro.
Nesse afã de constituir uma nova personalidade para o ex-juiz, os jornalões da velha mídia tentam empurrá-lo para o Nordeste em busca de votos lulistas e capturar os eleitores bolsonaristas. Vai dar certo? Dificilmente.
Segundo a velha mídia corporativa, o ex-juiz e ex-ministro bolsonarista deveria se chamar “Sergio Moro Lula da Silva”.
Moro “farofeiro” é a nova aposta de marqueteiro
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.