Requião Filho busca apoio nacional e pressiona Ratinho Júnior no Paraná

O deputado estadual Requião Filho, do PDT, embarca nesta quarta-feira (5) para Brasília com a missão de receber as bênçãos de Carlos Lupi, presidente nacional do PDT, e de Edinho Silva, dirigente nacional do PT, após sacramentar a aliança PDT-Federação Brasil da Esperança na disputa pelo governo do Paraná. Passagem comprada, voo confirmado e companheiro de jornada definido: Arilson Chiorato, presidente do PT-PR e líder da oposição na ALEP, seguirá ao seu lado.

Na sexta-feira (31), o Blog do Esmael antecipou, diretamente da tríplice fronteira, o entendimento costurado entre Requião Filho, a ministra Gleisi Hoffmann, o diretor-geral da Itaipu, Enio Verri, e o deputado Arilson Chiorato. Na conversa, o pedetista reivindicou o direito de indicar o vice na chapa ao Palácio Iguaçu, enquanto o PT pleiteou uma das duas vagas ao Senado.

A movimentação sacramenta a recomposição do palanque paranaense do presidente Lula, favorito para 2026, e sinaliza que a centro-esquerda entrou no jogo para valer. O cenário, segundo aliados de Ratinho Júnior (PSD), pegou o Palácio Iguaçu de surpresa e acendeu alerta num governo obrigado a lidar simultaneamente com feridas e rachaduras.

Ratinho encerra o segundo mandato depois de flertar com uma pré-candidatura presidencial que não engrenou. Agora, enfrenta dificuldade para construir um sucessor competitivo. Na prática, corre o risco de não ver seu candidato no segundo turno, e, pior, assistir à eleição do camarote enquanto Sergio Moro (União Brasil) e Requião Filho polarizam o pleito.

No quintal governista, o clima é de trincheira. Alexandre Curi (PSD), presidente da ALEP, Guto Silva (PSD), secretário das Cidades, e Rafael Greca (PSD), ex-prefeito de Curitiba e secretário de Desenvolvimento Sustentável, se engalfinham para ser ungidos por Ratinho. Se um for escolhido, dois se ferem, e talvez rompam. Há aviso expresso: Curi pode migrar ao Republicanos; Greca tem convites de PP, Podemos e MDB.

Nos bastidores, circula esboço de chapa dos sonhos da base curista: Curi ao governo, Greca na vice e Álvaro Dias (MDB) e Filipe Barros (PL) disputando o Senado. A equação, porém, esbarra na preferência pessoal de Ratinho por Guto Silva e na resistência da chamada “República de Jandaia do Sul”, que veta o nome do secretário das Cidades.

Enquanto isso, o pedetista decola com missão definida e apoio nacional no bolso. A consolidação do palanque de Lula, somada ao rompimento conservador em gestação, fortalece a tese de segundo turno entre Requião Filho e Moro, estresse máximo para o grupo que há seis anos controla o Paraná com mão de ferro e maioria folgada na ALEP.

Brasília será o centro da política nacional nesta quarta, mas os reflexos cairão como bomba no Iguaçu. Se Ratinho errar o tempo ou o nome, sua hegemonia pode virar pó, enquanto Requião Filho acelera e Moro mira o embate direto. O Paraná entrou no modo campanha, e a reta final promete colisões. Continue acompanhando as atualizações de bastidores pelo Blog do Esmael.

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