Se PT, PCdoB e PSOL fossem femininos, o ex-senador Roberto Requião (MDB) seria o “bendito fruto” numa ‘live’ desta terça-feira (25), às 19 horas, que ocorre nas vésperas das eleições à Prefeitura de Curitiba.
O emedebista já adiantou que não quer disputar a corrida pela sucessão do prefeito Rafael Greca (DEM), mas, ao Blog do Esmael, ele disse que pretende apoiar candidaturas de esquerda na capital paranaense e em outras capitais brasileiras.
O encontro na noite desta quarta vai reunir os pré-candidatos a prefeito Paulo Opuska (PT), Camila Lanes (PCdoB) e Letícia Lanz (PSOL).
O evento tem um nome sugestivo: “Articulação progressista para um projeto popular”.
O Blog do Esmael vai transmitir o debate ao vivo para Curitiba, Paraná, Brasil e mundo. Acompanhe por aqui, a partir das 19h desta terça (25).
O debate será realizado pelos sites “Brasil de Fato” e “Terra Sem Males”.
Assista ao vivo:
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Presidente Bolsonaro é uma mãe para a mídia corporativa e os bancos o amam por isso
Assim se passam os dias, os meses e os anos. Bolsonaro fala um impropério qualquer. A mídia corporativa faz a festa. A oposição perde o foco. A sociedade idem, se diverte. Nem precisa mais das novelas da Globo para o entretenimento.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem sido uma mãe para a mídia corporativa ao evitar o debate econômico. Ambos faturam com isso. Se esse tema entrar na pauta nacional esvazia os jornalões e acaba o governo. Eis a verdade.
Por isso o picadeiro não pode parar. Nunca.
Além de interessar a Bolsonaro e aos barões da mídia, o falso debate, também é de interesse dos banqueiros e dos especuladores. Afinal, o que se disputa é o Orçamento da União. É uma guerra contra o povo, que, a cada dia, perde mais direitos e é empurrado à miséria absoluta.
O Fla-Flu entre Bolsonaro e mídia é um jogo de aparências. É um relacionamento de conveniência. Interessa aos dois lados o bate-boca em público. O ônus é menor que o bônus de lado a lado.
Note, caro leitor, em quase dois anos de governo, Jair Bolsonaro ainda não disse qual o projeto de nação. Que rumo pretende para o Brasil. Os jornalões, bancões e televisões nem perguntam sobre isso.
Os donos do poder estão bem confortáveis com a situação atual, apesar de algum dissabor para repórteres que cobrem a política em Brasília.
É preciso mais que quadruplicar o salário mínimo para sair da crise
O Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) estima que o salário mínimo deveria ser de R$ 4,8 mil neste mês de agosto.
Esse valor seria para atender o básico do trabalhador e de sua família, como determina a Constituição Federal de 1988: moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e Previdência Social.
No entanto, o governo do presidente Jair Bolsonaro marcha no sentido contrário –rumo à inconstitucionalidade. Ele e Paulo Guedes, o ministro dos bancos, estabeleceram em R$ 1.045 o mínimo no dia 1° de janeiro de 2020.
Como não bastasse, Guedes e Bolsonaro ainda barbarizaram a legislação trabalhista e restituíram o trabalho semiescravo, informalizado, uberizado, intermitente, pejotizado, enfim, levaram cerca de 80 milhões de pessoas ao desemprego, equivalente a 50% da população economicamente ativa (PEA), a maior taxa do planeta.
Elevaram a idade mínima para a aposentadoria, o que tornou esse benefício praticamente impossível ao trabalhador.
Não há solução para a crise econômica sem salário, sem consumo e sem emprego. Não há ofensa presidencial que consiga driblar essas máximas.
Bolsonaro e Guedes não têm solução para esses três pontos (salário, consumo e emprego). Eles são os agentes da semiescravidão, da carestia e do desemprego.
Não haverá cura para a pandemia do novo coronavírus sem desenvolvimento. Por isso, pode-se afirmar, o governo Bolsonaro será o prolongamento do calvário dos mais pobres, que são os mais vulneráveis à doença da Covid-19.
Revogar as leis que precarizam e escravizam o trabalhador, bem como interromper as privatizações, também são necessidades urgentes para a retomada do desenvolvimento e da prosperidade dos brasileiros.
Há 66 anos o suicídio de Getúlio Vargas abalava o Brasil
Nesta segunda-feira (24) completa 66 anos o suicídio cometido pelo presidente Getúlio Vargas, com um tiro no coração, dado em seu quarto, no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, então capital da República. Getúlio, o líder da Revolução de 1930, enfrentava uma violenta campanha contra o seu governo nacionalista, trabalhista e democrático, que criou a Petrobras, o Sistema Eletrobras – ameaçados hoje pelo governo entreguista de Bolsonaro – e as leis sociais de defesa dos pobres.
O gesto extremo abalou o Brasil e milhões de brasileiros, em fúria, saíram às ruas, realizando protestos e um quebra-quebra contra as sedes de jornais opositores de Getúlio (O Globo, por exemplo), emissoras de rádio golpistas, escritórios de empresas e instalações norte-americanas no país. Uma comoção sem precedentes. Os deputados golpistas da UDN, incluindo Carlos Lacerda, donos de jornais e militares que preparavam o golpe, fugiram para Portugal.
Uma carta-testamento foi encontrada ao lado de seu corpo, um documento que resume o pensamento é o ideário político do líder nacionalista. A carta é um chamado para a defesa da soberania do País, de suas riquezas, e do povo trabalhador.
A herança política de Getúlio Vargas perdura até hoje. Líderes políticos como Leonel Brizola (já falecido) e o ex-presidente Lula são lembrados como herdeiros das tradições políticas do grande caudilho gaúcho.
Confira a íntegra da carta-testamento de Getúlio Vargas
“Mais uma vez as forças e os interesses contra o povo coordenaram-se e se desencadeiam sobre mim. Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam; e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes.
Sigo o destino que me é imposto. Depois de decênios de domínio e espoliação dos grupos econômicos e financeiros internacionais, fiz-me chefe de uma revolução e venci.
Iniciei o trabalho de libertação e instaurei o regime de liberdade social. Tive de renunciar. Voltei ao governo nos braços do povo.
A campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia do trabalho. A lei de lucros extraordinários foi detida no Congresso. Contra a Justiça da revisão do salário mínimo se desencadearam os ódios.
Eu vos dei a minha vida.
Agora ofereço a minha morte
Quis criar a liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobras, mal começa esta a funcionar a onda de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculada até o desespero. Não querem que o trabalhador seja livre, não querem que o povo seja independente.
Assumi o governo dentro da espiral inflacionária que destruía os valores do trabalho. Os lucros das empresas estrangeiras alcançavam até 500% ao ano. Nas declarações de valores do que importávamos existiam fraudes constatadas de mais de 100 milhões de dólares por ano. Veio a crise do café, valorizou-se nosso principal produto. Tentamos defender seu preço e a resposta foi uma violenta pressão sobre a nossa economia a ponto de sermos obrigados a ceder.
Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a hora, resistindo a uma pressão constante, incessante, tudo suportando em silêncio, tudo esquecendo e renunciando a mim mesmo, para defender o povo que agora se queda desamparado. Nada mais vos posso dar a não ser o meu sangue. Se as aves de rapina querem o sangue de alguém, querem continuar sugando o povo brasileiro, eu ofereço em holocausto a minha vida.
Escolho este meio de estar sempre convosco. Quando vos humilharem, sentireis minha alma sofrendo ao vosso lado. Quando a fome bater à vossa porta, sentireis em vosso peito a energia para a luta por vós e vossos filhos.
Quando vos vilipendiarem, sentireis no meu pensamento a força para a reação.
Meu sacrifício vos manterá unidos e meu nome será a vossa bandeira de luta. Cada gota de meu sangue será uma chama imortal na vossa consciência e manterá a vibração sagrada para a resistência. Ao ódio respondo com perdão. E aos que pensam que me derrotam respondo com a minha vitória. Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse povo, de quem fui escravo, não mais será escravo de ninguém.
Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue terá o preço do seu resgate.
Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na história.”
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.