Pré-candidato do PT denuncia demissão de trabalhadores com Covid-19 na Renault

O pré-candidato do PT à prefeitura de Curitiba, Paulo Opuszca, denunciou neste domingo (26) que até trabalhadores infectados pela Covid-19 foram demitidos fábrica da Renault de São José dos Pinhais (PR).

O petista participou na manhã de hoje do ato organizado pelo Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba em solidariedade à greve dos trabalhadores da Renault. A mobilização é uma resposta à intenção da montadora de demitir 747 funcionários em meio à pandemia.

A mobilização deste domingo começou no Palácio Iguaçu. De lá os manifestantes seguiram em carreata até a sede da Reanault, em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba.

Do caminhão de som, Paulo Opuszka ressaltou que a empresa está agindo de maneira ilegal e desumana. “Mandaram embora trabalhadores que estavam doentes com covid-19, até trabalhadores que estavam nos hospitais foram demitidos”, denunciou Paulo Opuszka, único pré-candidato da capital paranaense a se manifestar publicamente a favor dos demitidos.

“É a hora de mostrar quem está do lado dos trabalhadores”, disse o pré-candidato do PT à Prefeitura de Curitiba na greve da Renault. A paralisação na montadora já dura desde o último dia 21 de julho.

Opuszca, que é professor de direito da UFPR e advogado trabalhista, ressaltou que o momento é de somar e multiplicar o apoio à greve da Renault. “É o momento de todas as lideranças políticas mostrarem se realmente estão ao lado dos trabalhadores”, cobrou o petista.

Economia

Ainda na manhã deste domingo, tralhadores da Renault e seus familiares fizeram um protesto no Centro Cívico de Curitiba. Em frente ao Palácio Iguaçu, sede do governo estadual, eles cobraram um posicionamento do governador Ratinho Junior (PSD). Até agora, o mandatário tem ficado em silêncio sobre as covardes demissões –embora o governo do Paraná seja um dos sócios [minoritário] da montadora francesa.

“Apoio total ao sindicalistas em greve diante da crueldade da Renault, beneficiária de incríveis benefícios fiscais no Paraná, que agora massacra os trabalhadores e demite 747 deles”, concordou o ex-governador e ex-senador Roberto Requião (MDB-PR).

LEIA TAMBÉM

Moro “safadão” diz ao FT que foi “usado” por Bolsonaro

Chamado no último sábado (25) de “safadão” pela presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, o ex-ministro Sérgio Moro disse ao jornal britânico Financial Times que sua presença na equipe ministerial foi usada como desculpa para demonstrar que medidas anticorrupção estariam sendo tomadas pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Moro afirmou ao FT que o governo não estava fazendo muito e que esta agenda vem sofrendo reveses desde 2018, quando Bolsonaro se elegeu –com a ajuda dele, Moro, e de membros da força-tarefa Lava Jato.

“Uma das razões para eu sair do governo foi que não estava se fazendo muito (pela agenda anticorrupção)”, destacou Moro à publicação. “Eles estavam usando minha presença como uma desculpa, então eu saí. A agenda anticorrupção tem sofrido reveses desde 2018”, disse.

O perfil no Twitter “Cria Cuervo”, alter ego do ex-senador Roberto Requião (MDB-PR), não perdeu tempo para ironizar o ex-juiz da Lava Jato: conversa de “quenga” arrependida.

O jornal britânico recordou que a saída de Sérgio Moro foi marcada pela acusação de que o presidente Bolsonaro teria interferido politicamente na Polícia Federal. E resgatou que um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) investiga as declarações do ex-ministro.

Moro comentou que não se combate corrupção sem respeitar a lei e as instituições, embora ele sempre tenha agido fora da lei, como deixaram claro as mensagens reveladas pela “Vaza Jato”, as reportagens do site The Intercept Brasil. “Ele mudou o diretor da Polícia Federal sem pedir minha opinião e sem uma boa causa. Não acho que dá para combater corrupção sem respeitar a lei e a autonomia das instituições que investigam e denunciam crimes”, escusou-se.

O ex-juiz Sérgio Moro também disse que no começo o governo parecia evitar esse tipo de prática do toma-lá-dá-cá do Centrão, mas que hoje em dia não tinha tanta certeza. Pausa para risos, aqui no Blog do Esmael.

Centrão é um grupo fisiológico que sempre dominou a política brasileira, da ditadura à transição democrática, e sobreviveu a todos os governos. O principal líder desse Centrão é o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que segura 48 processos de impeachment de Bolsonaro.

Sérgio Moro está isolado, sem partido e sem palanque. Ele tem apoio de setores da velha mídia e dificilmente terá fôlego para chegar até 2022.