Rafael Greca indica presidente do Serpro no governo Lula: conheça os bastidores e a polêmica envolvendo a escolha

O prefeito de Curitiba, Rafael Greca (PSD), surpreendeu ao indicar Alexandre Amorim, diretor-presidente do Instituto Curitiba de Informática (ICI), para a presidência do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) no governo Lula. O ICI é uma associação privada que intermedia contratos para empresas de TI interessadas em prestar serviços ao Governo do Paraná e à Prefeitura de Curitiba. Essa organização privada detém os códigos-fontes de todos os serviços de informática na capital paranaense, tornando a cidade dependente na prestação de serviços de IPTU, notas fiscais, alvarás, ISS, etc.

Amorim foi indicado por um consórcio político que envolve Rafael Greca, o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, e líderes do PT em São Paulo. De acordo com a revista Capital Digital, Carlos Eduardo Gabas e Miriam Belquior, ex-ministros petistas paulistas que comandam a Dataprev e a Secretaria de Governo Digital, respectivamente, teriam abençoado a indicação de Amorim na Serpro.

O governo preteriu o nome do petista gaúcho Marcos Mazoni, que já presidiu a Serpro, para atender ao Centrão de Rafael Greca e Gilberto Kassab. Marcos Mazoni também foi presidente da Celepar (Tecnologia da Informação e Comunicação do Paraná), no governo Roberto Requião (PT), quando acabou com a farra do software proprietário e instituiu o software livre na administração estadual. Há 20 anos, o governo do Paraná economizou R$ 127,3 milhões com a política de software livre.

O software livre é um tipo de programa de computador que permite alterações no seu código-fonte de acordo com a necessidade de cada usuário. No caso do governo do Estado, o software livre permitiu que a própria Celepar desenvolvesse soluções, resultando em economia, já que não há mais o pagamento de direitos autorais.

Por essa os petistas nativos não esperavam, nem o socialista Luciano Ducci.

P.S.: a ex-ministra Miriam Belchior, por meio de sua assessoria, disse que o trecho da reportagem da revista Capital Digital, que cita seu nome, não representa a verdade. “Não procede a informação de que a secretária Miriam Belchior teve qualquer influência na escolha da direção do Serpro. Ela não participou de nenhuma discussão a esse respeito.”

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