PT pede abertura de processo ético contra deputado bolsonarista que agrediu Quaquá

Em representação ao Conselho de Ética da Câmara, partido alega que Messias Donato tentou impedir registro de ofensas a Lula

O Partido dos Trabalhadores (PT) protocolou na quinta-feira (21/12) uma representação no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados contra o deputado federal Messias Donato (Republicanos-ES).

O partido alega que Donato agrediu o deputado federal Washington Quaquá (PT-RJ) durante a promulgação da Reforma Tributária, na quarta-feira (20/12).

Segundo a representação, Quaquá estava registrando em vídeo um grupo de deputados bolsonaristas que insultavam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quando foi agredido por Donato.

O petista afirma que o deputado do Republicanos tentou derrubar seu celular e o empurrou.

“Dei 1, dou 2 e dou 3, não tem problema nenhum. Se me agredir, eu agrido eles. Os bolsonaristas estão acostumados a querer dar uma de machão e bater nos outros. Comigo a porrada canta. Então, dei-lhe um tapa na cara muito bem dado”, declarou Quaquá, que é vice-presidente nacional do PT.

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O PT argumenta que a conduta de Donato atenta contra o decoro parlamentar e pede a abertura de um processo ético disciplinar para apurar o caso.

A representação deve ser analisada pelo Conselho de Ética, que pode aplicar punições ao deputado, como censura, advertência ou até cassação do mandato.

A confusão no plenário da Câmara ocorreu durante a sessão de promulgação da Reforma Tributária.

O presidente Lula estava presente na sessão, e os deputados bolsonaristas aproveitaram a ocasião para atacar o petista com xingamentos.

Os deputados bolsonaristas gritavam “Lula, ladrão, seu lugar é na prisão” e “Fora, Lula”.

Quaquá, que estava registrando o momento, foi agredido por Donato.

A confusão foi registrada em vídeo e repercutiu nas redes sociais.

O PT classificou a atitude de Donato como “intolerável” e “de extrema gravidade”.

A representação do PT contra Donato reforça as acusações de intolerância da oposição contra o governo Lula.

O PT e outros partidos de esquerda acusam a extrema direita bolsonarista de promover um clima de violência e intolerância contra opositores.

Donato negou que tenha agredido Quaquá.

O deputado bolsonarista jurou que apenas tentou impedir que o petista registrasse as ofensas aos bolsonaristas.

“Eu não agredi o Quaquá. Eu apenas tentei impedir que ele registrasse as ofensas que eu estava fazendo ao Lula. Ele estava tentando me provocar”, disse Donato.

O deputado ainda afirmou que está tranquilo e que acredita que não será punido pelo Conselho de Ética.

O Conselho de Ética da Câmara é composto por 21 deputados.

Se a representação contra Donato for aceita, o deputado será notificado para apresentar sua defesa.

Após a apresentação da defesa, o Conselho de Ética poderá votar pela abertura de um processo ético disciplinar.

Se o processo for aberto, Donato poderá ser ouvido pela comissão.

Após a conclusão do processo, o Conselho de Ética poderá aplicar uma punição ao deputado, como censura, advertência ou até cassação do mandato.

Clique aqui para ler a íntegra da representação do PT no Conselho de Ética.

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