Promotor vê crimes de Richa e Francischini em massacre, mas não crê em punição pela Justiça

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O promotor de Justiça Rodrigo Régnier Chemim Guimarães, do Ministério Público do Paraná, ao analisar o massacre contra os professores no último dia 29 de abril, em seu perfil no Facebook, diz ver abuso de autoridade do governador Beto Richa (PSDB) e do secretário da Segurança, Fernando Francischini (SD), mas mostra-se bastante cético em relação à punibilidade na Justiça.

“Que ninguém espere muito das respostas penais. O direito penal faz tempo virou pó de traque”, criticou o promotor.

Para Chemim Guimarães, o foro privilegiado de Francischini e Richa livrará ambos da punição. “E aí já viu, a morosidade dos processos nessas Cortes somada às baixas penas acabarão fatalmente conduzindo para a prescrição”, desabafou.

“Impeachment, numa Assembleia que já demonstrou lealdade ao Governador, nem passa pela cabeça”, completou o descrente promotor.

Em postagem anterior, no dia 29 de abril, o promotor de Justiça denunciou a gastança do governo Richa em propaganda com dinheiro da Copel e Sanepar. Segundo o membro do Ministério Público, “algo como meio bilhão de reais ao longo do primeiro mandato”.

Economia

Chemim Guimarães também não poupou o governador tucano pela nomeação de Ezequias Moreira, o homem da sogra fantasma da Assembleia, para o primeiro escalão do governo. O objetivo, de acordo com ele, era dar foro privilegiado ao “pecador” e interromper o julgamento que estava para acontecer em primeiro grau de jurisdição.

Leia a íntegra da postagem de Chemim Guimarães:

Analisando as cenas do dia 29/04, que respostas legais nós podemos esperar da Justiça? Que atos ilícitos foram aqueles?

Que ninguém espere muito das respostas penais. O direito penal faz tempo virou pó de traque.

Que delitos temos nas cenas?

Abuso de autoridade e lesão corporal dolosa leve (já forçando no limite o dolo eventual). Ohhhhh! Ambos os delitos são infrações penais de menor potencial ofensivo e a lei brasileira prevê para esses crimes o pagamento de cestas básicas ou prestação de serviços à comunidade.

Quanto ao secretário e ao Governador a Constituição do Estado e a Constituição Federal preveem foro privilegiado para ambos, respectivamente, no TJ/PR e no STJ. E aí já viu, a morosidade dos processos nessas Cortes somado às baixas penas acabarão fatalmente conduzindo para a prescrição.

Paradoxalmente, então, a resposta mais grave prevista na lei brasileira poderia advir de uma ação de improbidade administrativa (multa ou perda do cargo e inelegibilidade – mas isso só daqui a vários anos, depois de percorrer todas as instâncias até no STF) e do direito civil, numa ação de indenização que talvez um dia os netos das vítimas recebam…

Para o secretário e para o governador acho que a maior “pena”que eles receberão será o desgaste político….que também é relativo, já que a memória do povo é curta.

Impeachment, numa Assembleia que já demonstrou lealdade ao Governador, nem passa pela cabeça.

Enfim, o MP até está sendo diligente e iniciando a investigação o quanto antes. Mas ele e a Justiça são limitados pela lei.

Quero ver explicar pro povo e principalmente para os professores que são essas as respostas previstas em lei…

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