Professores da UFPR pedem na Justiça R$ 62 milhões de indenização a Eduardo Bolsonaro por comparação a traficantes

A Associação dos Professores da Universidade Federal do Paraná (APUFPR) entrou com uma ação civil pública em 17 de outubro contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e a União Federal.

A ação foi movida em resposta a declarações feitas por Eduardo Bolsonaro durante um evento pró-armas em julho.

Nesse evento, o deputado comparou professores a traficantes de drogas, o que gerou indignação e preocupação na comunidade acadêmica.

A APUFPR representa mais de 3.100 docentes de uma das instituições de ensino superior mais renomadas do país.

Eles alegam que as palavras de Eduardo Bolsonaro não apenas atingiram a honra dos professores, mas também fomentaram o ódio e a intolerância em relação à categoria, colocando em risco a integridade física e a vida dos educadores.

Além disso, as declarações do deputado foram consideradas propagadoras de teorias conspiratórias, alimentando o ódio e potencialmente incitando o radicalismo e o uso de armas para resolver divergências.

Economia

A APUFPR está buscando reparação por danos morais homogêneos individuais e requer uma indenização de R$ 20 mil por professor representado, o que poderá totalizar R$ 62 milhões.

Eles também exigem uma retratação pública de Eduardo Bolsonaro, que deve ser veiculada nos principais meios de comunicação do país.

O advogado Daniel Godoy Junior, que subscreve a ação, destacou a gravidade das ofensas proferidas por um deputado federal, que jurou respeitar a Constituição.

A presidente da APUFPR, Andréa Stinghen, enfatizou o compromisso da associação em defender os professores e a educação, especialmente diante de ataques de militantes de extrema-direita em diversas áreas.

A ação também enfatiza a responsabilidade do Estado brasileiro em garantir que as declarações de agentes públicos estejam em conformidade com os princípios de respeito e dignidade previstos na Constituição.

A APUFPR considera essa medida como parte de um esforço contínuo para combater o extremismo e proteger os educadores de ataques verbais e físicos, promovendo um ambiente acadêmico seguro.

A comunidade acadêmica espera ansiosamente por medidas que assegurem a proteção e o respeito aos educadores, reafirmando a importância do discurso civilizado e do respeito mútuo em todas as esferas da sociedade brasileira.

[Clique aqui para ler a íntegra da ação civil pública da APUFPR]

Sobre a ofensa de Eduardo Bolsonaro

Durante uma manifestação do movimento Pró-Armas Brasil, realizada no dia 9 de julho, Bolsonaro comparou professores a traficantes de drogas.

Essa declaração pode gerar consequências graves e até mesmo provocar novas tragédias.

“Se nós, por exemplo, tivermos uma geração em que os pais prestem atenção na educação dos filhos. Tirem um tempo para ver o que eles estão aprendendo nas escolas. Não vai ter espaço para professor doutrinador tentar sequestrar as nossas crianças. Não tem diferença de um professor doutrinador para um traficante de drogas que tenta sequestrar os nossos filhos para o mundo do crime. Talvez até o professor doutrinador seja ainda pior porque ele vai causar discórdia dentro da sua casa, enxergando opressão em todo tipo de relação”, discursou na época o filho do ex-presidente inelegível Jair Bolsonaro.

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