Presidente Lula visita região atingida por chuvas intensas no litoral norte de São Paulo

Na época de Bolsonaro, as vítimas de tragédias e pandemia não tinham a solidariedade

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva visita hoje (20 de fevereiro) as áreas afetadas por fortes chuvas e deslizamentos de terra na região litorânea de São Paulo, especialmente em São Sebastião, onde pelo menos 36 pessoas morreram. Uma criança também morreu em Ubatuba.

Nas redes sociais, é inevitável a comparação dos comportamentos do ex-presidente Jair Bolsonaro com o de Lula. No final de 2021, enquanto cidades do estado da Bahia e o município de Petrópolis (RJ) estavam submersos, Bolsonaro continuou suas férias no litoral em São Francisco do Sul (SC). Na época, o antigo mandatário era xingado de “vagabundo” por manter sua pescaria diante da tragédia no Nordeste.

Após repercussão negativa de seu comportamento apático, como tivesse dito “não sou bombeiro” às vítimas das enchentes, Bolsonaro baixou no Hospital Vila Nova Star de São Paulo para desobstruir o intestino.

Lembrados esses tristes episódios do ex, a previsão é que o presidente Lula saia de Salvador nesta manhã e chegue a São José dos Campos por volta das 10h. De lá, ele vai sobrevoar a região afetada e depois pousar em São Sebastião, município mais afetado pelas chuvas, que ultrapassaram os 600 milímetros em menos de oito horas.

Em mensagem postada no Twitter ontem à noite, Lula disse que todos os níveis de governo serão reunidos e, com a solidariedade da sociedade, atenderão feridos, buscarão desaparecidos, restaurarão estradas, conexões de energia e telecomunicações no região. Ele expressou condolências pelas mortes e solidariedade às famílias afetadas.

Economia

O presidente disse ainda que conversou com o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, com o governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas, e com o prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto, sobre a situação.

De acordo com a Defesa Civil paulista, três das quatro cidades do litoral norte paulista tiveram nas últimas 24 horas o volume de chuva esperado para todo o mês de fevereiro. Em São Sebastião, o volume de chuva nas últimas 24 horas foi o dobro da média esperada para o mês.

As chuvas persistentes causaram bloqueios de estradas, deslizamentos de terra, inundações, desabamentos e afetaram o abastecimento de água e energia na região.

Acompanhe ao vivo a visita de Lula ao litoral norte de SP:

Presidente Lula visita região atingida por chuvas intensas no litoral norte de São Paulo

LEIA TAMBÉM

Óbitos subiram para 36 em São Sebastião (SP)

A Prefeitura de São Sebastião divulgou que, de acordo com informações do Governo do Estado de São Paulo, o número de óbitos no município devido às chuvas intensas que atingiram a cidade desde a madrugada do último domingo (19) subiu para 36, às 05h00 desta segunda-feira (20).

Em resposta a essa situação calamitosa, o prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto, decretou estado de calamidade na cidade e recebeu a visita do governador do Estado, Tarcísio de Freitas, que permaneceu no município durante todo o dia de ontem para coordenar as equipes das forças públicas da cidade, Estado e União.

Segundo a Secretaria de Segurança Urbana (SEGUR), mais de 80 pessoas foram desabrigadas devido à catástrofe, que incluiu deslizamentos de terra na rodovia SP-55 e desmoronamentos de casas. A maior parte das emergências foi registrada na Vila Sahy, na Costa Sul, onde cerca de 50 casas desabaram. Outros bairros, como Itatinga, Boiçucanga, Cambury, Barra do Una, Vila Sahy e Juquehy também foram afetados, com as duas últimas áreas recebendo as maiores quantidades de chuva, em torno de 600 mm, entre a noite e a madrugada.

A tempestade causou deslizamentos em vários trechos da SP-55, na região da Costa Sul, que exigiu esforços para desobstruir a rodovia, especialmente nos quilômetros 164 (Mirante da Praia Brava), 174 (Praia Preta), 148 (Toque Toque Grande), 162 (Serra de Boiçucanga), 165 (Cambury), 143 (Calheitas), 137 (Guaecá), 183 (Barra do Una) e Serra da Enseada (115).

Durante a noite, helicópteros das forças de segurança transportaram os corpos para o centro da cidade, onde serão levados em caminhões da Defesa Civil para uma funerária.

O prefeito também anunciou que as equipes das forças de segurança continuarão os trabalhos de resgate durante a noite e na segunda-feira, com o objetivo de acessar locais ainda não alcançados. Segundo Felipe Augusto e a Defesa Civil, há riscos de novos deslizamentos e desmoronamentos de residências devido ao solo encharcado.