Durante sua primeira entrevista coletiva como presidente da Petrobras, Jean Paul Prates expressou sua oposição à política de Preço de Paridade Internacional (PPI) adotada pela companhia desde 2016. Em vez disso, Prates defendeu preços competitivos de mercado nacional como a melhor opção para garantir a fatia de mercado da empresa.
Ele afirmou que a paridade internacional de preços é uma abstração e um dogma que nem sempre é a melhor opção para o mercado brasileiro. Suas declarações foram apoiadas pela posição predominante no PT, partido do presidente Lula e da presidente nacional Gleisi Hoffmann, que também defendem mudanças na política de preços da estatal.
A abstração é uma forma de simplificação e de retratação que não tem representação fiel da realidade.
Segundo Jean Paul Prates, as mudanças na política de preços de combustíveis da Petrobras em discussão pelo governo tem a intenção é acabar com a Paridade de Preços de Importação (PPI) adotada desde 2016 e que leva em conta a cotação do petróleo e do dólar em 100% do cálculo.
O presidente da Petrobras disse que uma proposta em análise prevê que 85% do cálculo seja feito com base nos custos de produção nacional e os 15% restantes estejam atrelados às cotações internacionais. A ideia é atenuar o impacto das flutuações do dólar e do petróleo no mercado internacional.
O novo modelo ainda não foi submetido ao Conselho de Administração da estatal.
O pagamento de dividendos da Petrobras no último ano somou R$ 215,8 bilhões em lucros divididos, e que a empresa cogita a criação de uma reserva de R$ 0,49 por ação com e sem direito a voto, referente ao balanço de 2022.
Lula criticou os dividendos da Petrobras
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a decisão da Petrobras de distribuir R$ 215,8 bilhões em dividendos aos acionistas em 2022, o que corresponde a mais que o dobro do que foi pago em 2021.
Lula considerou a medida inaceitável e afirmou que a empresa deveria ter investido mais recursos em setores que contribuíssem para o crescimento econômico do país, como a indústria naval e de óleo e gás.
Ele também defendeu um papel mais ativo dos bancos públicos no desenvolvimento econômico e cobrou uma postura mais patriótica das empresas nacionais.
Lula defendeu ainda a retomada de obras paralisadas e a necessidade de convergência entre investimentos privados e públicos para fazer a economia voltar a crescer e gerar empregos.
Assista a íntegra da entrevista com Jean Paul Prates:
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Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.