O presidente cessante Jair Bolsonaro teve ao menos quatro ataques de fúria na quinta-feira, 18 de agosto.
Bolsonaro teve dois ataques antes da divulgação da pesquisa Datafolha e outros dois depois que os números vieram à tona.
Primeiro, o presidente tentou tomar um celular do youtuber extremista Wilker Leão, que chamou Bolsonaro de “Tchutuchuca do Centrão“, dentre outros xingamentos, em Brasília.
Logo na sequência, em São José dos Campos (SP), depois de bater boca com profissionais de imprensa, que o questionaram sobre empresários bolsonaristas que tramam golpe de Estado, Bolsonaro gritou com um segurança: “Ninguém bota a mão em mim. Ninguém bota a mão em mim. Ninguém bota a mão em mim.“
À noite, já de volta ao Palácio do Alvorada, em Brasília, Jair Bolsonaro discutiu com um assessor durante a live semanal.
– Não, não tenta dar peruada, não. Foi de 11% para 0%. Fica na tua aí. Estou lendo aqui na minha mão – disse o presidente diante da intervenção do assessor, que tentou ajudar Bolsonaro corrigindo esse índice para 4% – acerca da redução de tributos para concentrados de proteína.
Bolsonaro ainda deu mais um coice no assessor, que tentou ajudá-lo a pronunciar o nome correto do suplemento albumina.
– Eu perguntei alguma coisa pra vocês? – disparou o presidente, que está apenas no terceiro dia de campanha pela reeleição.
A psicologia chama esses ataques de raiva intermitentes de Transtorno Explosivo Intermitente (TEI) ou popularmente de “Síndrome de Hulk“. Trata-se de um transtorno em que são gerados ataques de ira de forma descontrolada e agressividade repentina, podendo ser acompanhados de agressões verbais e até físicas.
De acordo com a literatura psicológica, antes de ter um ataque de raiva podem ser notados sintomas como dor de cabeça, tontura, náuseas e alterações da consciência.
Segundo a pesquisa Datafolha, o ex-presidente Lula (PT) lidera a corrida pelo Palácio do Planalto com 47% das intenções de voto, enquanto Bolsonaro tem 32%.
O Datafolha afirma que Lula pode vencer no primeiro turno, pois o petista tem 51% dos votos válidos contra 37% do atual mandatário.
Talvez a pesquisa tenha sido o gatilho para o dia de fúria de Bolsonaro. Por isso, é bom já ir investigando.
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Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.