O presidente cessante Jair Bolsonaro (PL) autorizou seus aliados do Centrão a fazerem um cerco, no Congresso Nacional, contra as empresas de pesquisa no segundo turno das eleições 2022.

Uma pesquisa em particular preocupa e assusta o inquilino do Palácio Planalto, a do Datafolha, que divulgará nesta quarta-feira (19/10) uma nova rodada sobre a corrida presidencial, a 11 dia das eleições. Você poderá acompanhar aqui, em tempo real, os números dessa nova sondagem.

O novo levantamento presidencial – a terceira pequisa Datafolha no segundo turno – virá à tona às 18 horas.

Derrotado nas urnas, o deputado federal paranaense Rubens Bueno (Cidadania) é autor na Câmara do requerimento de urgência, aprovado ontem (18/10), que amplia multas a institutos de pesquisa e altera o conceito de pesquisa eleitoral fraudulenta.

O advogado e professor Luiz Fernando Casagrande Pereira, especialista em Direito Eleitoral, em recente manifestação, ironizou a proposta dizendo que a punição aos institutos de pesquisas e meteorologistas forçarão a existência de bruxos e videntes.

– Criminalizar os institutos de pesquisa para, em seguida, prender os meteorologistas. Vão sobrar as videntes! – disse o jurista.

A proposta de Bueno, com a anuência do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), serve à causa bolsonarista nesse momento conturbado e acirrado nas eleições.

A 11 dias das eleições, o mundo político percebe esse debate como “falso” cujo único intuito é censurar as pesquisas, limitar as liberdades de expressão e de imprensa, prejudicar o acesso da sociedade à informação. Enfim, a proposta de Rubens Bueno é mais inconstitucional do que os graves crimes cometidos pelo Carluxo, o filho zero dois do presidente Bolsonaro.

Portanto, sem medo de errar, a punição contra pesquisa nessa conjuntura – além de censurar – visa ameaçar e constranger os institutos, veículos de comunicação e partidos políticos.

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