O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não titubeou neste sábado (06/05), em Londres, durante uma coletiva de imprensa, em pedir liberdade para o fundador do Wikileaks Julian Assange. O jornalista está preso ilegalmente no Reino Unido desde abril de 2019. Antes, porém, Assange viveu refugiado na embaixada do Equador, na capital inglesa, entre 2012 e seu encarceramento.
“É uma vergonha que o Assange, um jornalista que denunciou falcatruas de um Estado contra outro, esteja preso e a gente não faça nada para libertá-lo”, disse Lula, após a cerimônia que coroou o Rei Charles III. “Acho que é preciso um movimento da imprensa mundial em defesa da liberdade dele, mas também da liberdade para denunciar as coisas”, completou o presidente brasileiro.
Ao expressão sua indignação sobre a injusta prisão de Julian Assange, na terra do Rei, o presidente Lula virou um dos principais assuntos mundiais. “A gente precisa colocar nossas teorias na prática de vez em quando”, afirmou o mandatário.
O perfil o Wikileaks no Twitter reverberou a fala de Lula no Reino Unido. “Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, pede ‘movimento da imprensa mundial em defesa da liberdade de Julian Assange'”, registrou o site fundado por Assange.
O jornalista Julian Assange está preso na Inglaterra e pode ser extraditado para os Estados Unidos. O fundador do Wikileaks vazou documentos sigilosos do governo americano, que planeja prisão perpétua para Assange.
“Cumprimento a coragem e a determinação do presidente Lula em defender a liberdade de Julian Assange em Londres. Que seu exemplo seja seguido por outros líderes mundias. E que os EUA não repitam a truculência de Guantanamo e libertem um inocente!”, manifestou o João Pedro Stédile, líder do Movimento Sem Terra (MST).
Nas redes sociais, ativistas do mundo inteiro marcaram as postagens com as hashtags #FreeJulianAssange #FreeAssange #FreeAssangeNOW #WikiLeaks deflagrando uma campanha pela liberdade de Julian Assange a partir da fala do presidente Lula.
Mas nem tudo são flores para a diplomacia de Lula. O jornalista americano Glenn Greenwald, fundador do The Intercept Brasil, criticou a presença do presidente do Brasil na coroação de Rei Charles III, que ele chamou de “ridículo”, e acusou o partido de Lula de se unir às maiores corporações de mídia em apoio a uma lei de censura na internet – o PL das Fake News.
Assista o trecho da entrevista:
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Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.