Moro rompe com Mamãe Falei e se livra de viagem para Ucrânia [ouça áudio vazado sobre ucranianas pobres]

► Ouça o áudio de “Mamãe Falei” dizendo que as ucranianas “são fáceis, porque são pobres”
► Há menos de um mês, ex-juiz também teve problemas de imagem após declaração favorável ao nazismo do deputado Kim Kataguiri, igualmente do MBL e do Podemos SP

O ex-juiz Sergio Moro (Podemos) disse que rompeu com seu correligionário e pré-candidato ao governo de São Paulo, deputado estadual Arthur do Val (Podemos), conhecido como “Mamãe Falei”. Com apenas uma cajadada, o pré-candidato a presidente da República se livrou do parlamentar do Movimento Brasil Livre (MBL) e da pressão da militância para que ele, Moro, embarcasse para Ucrânia e ajudasse na fabricação de coquetéis molotov contra o exército russo.

Sergio Moro usou vazamento de áudio de Mamãe Falei como pretexto do rompimento com o deputado do Podemos/MBL.

Por meio de nota, o ex-juiz jurou que jamais dividirá seu palanque e apoiará “pessoas quem têm esse tipo de opinião e comportamento”.

No áudio vazado, o deputado Mamãe Falei faz uma série de afirmações sexistas sobre mulheres do Leste Europeu e diz que as ucranianas “são fáceis, porque são pobres”. Ele diz ainda que a fila de refugiadas da guerra têm mais mulheres bonitas do que a “melhor balada do Brasil”. Os áudios foram divulgados pelo site “Metrópoles” e pela coluna de Lauro Jardim, no GLOBO, foram confirmados pelo Blog do Esmael.

Ouça o áudio

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– Lamento profundamente e repudio veementemente as graves declarações do deputado Arthur do Val divulgadas pela imprensa. O tratamento dispensado às mulheres ucranianas refugiadas e às policiais do país é inaceitável em qualquer contexto. As declarações são incompatíveis com qualquer homem público. Tenho uma vida pautada pela correção e pelo respeito a todos –tanto no campo público quanto na vida privada. Portanto, jamais comungarei com visões preconceituosas, que podem inclusive ser configuradas como crime. Meu respeito incondicional às mulheres em geral e às ucranianas, em especial, porque além de todos os problemas diários enfrentados, precisam conviver com os horrores da guerra. Jamais dividirei meu palanque e apoiarei pessoas quem têm esse tipo de opinião e comportamento. Espero que meu partido se manifeste brevemente diante da gravidade que a situação exige – disse Moro na nota.

Economia

Em janeiro deste ano, o MBL anunciou fusão com o Podemos, partido de Moro. Arthur do Val ingressou na agremiação para concorrer ao governo de São Paulo.

O Podemos emitiu um comunicado no qual afirma que “repudia com veemência as declarações” de Arthur do Val Mamãe Falei e diz que abriu um procedimento disciplinar para apurar os fatos.

– Gravíssimas e inaceitáveis são as declarações do deputado estadual Arthur do Val, que foram divulgadas na imprensa. Não se resumem ao completo desrespeito à mulher, seja ucraniana ou de qualquer outro País, mas de violações profundas relacionadas a questões humanitárias, em um momento em que esse povo enfrenta os horrores da guerra – declarou o partido.

Após viagem de Mamãe Falei para a Ucrânia, onde ele supostamente fabrica coquetéis molotov contra os russos, ao lado de milícias neonazistas, o ex-juiz Sergio Moro elogiou o parlamentar com quem rompeu.

– O Dep. Arthur do Val e Renan Santos, do MBL, decidiram reportar in loco o conflito na fronteira da Ucrânia. Também angariaram ajuda financeira para amparar refugiados. É sempre louvável quando saímos do discurso e partimos para a prática – tuitou Moro na quarta-feira (02/03).

Com esse rompimento com Mamãe Falei, Moro também se livra da pressão do MBL para ele embarcar para a Ucrânia e ajudar na fabricação de coquetéis molotov contra as tropas russas.

Em menos de um mês, esse não foi o primeiro grande problema de imagem que o MBL arrumou para Sergio Moro.

Em entrevista ao youtuber Monark, o deputado Kim Kataguiri (Podemos-SP), que é apoiador de Sergio Moro, disse que era contra a criminalização do nazismo na Alemanha.

O tema “nazismo” veio à tona quando Monark, já demitido pelo podcast Flow, defendeu a legalização de um partido nazista no Brasil.

– A esquerda radical tem muito mais espaço do que a direita radical, na minha opinião. As duas tinham que ter espaço, na minha opinião. Eu sou mais louco que todos vocês. Eu acho que o nazista tinha que ter o partido nazista reconhecido pela lei, disse o youtuber no podcast Flow de segunda-feira (07/02).

Na época, devido a repercussão negativa da entrevista, Moro repudiou a defesa do nazismo.

– O nazismo é abominável e inaceitável em qualquer circunstância. É um crime e uma ofensa ao povo judeu e a toda humanidade. Não há mais lugar no mundo para o ódio e a intolerância – escreveu o ex-juiz e ex-ministro da Justiça.