O pastor Silas Malafaia, surtado, participa de um vídeo publicado pela extrema direita convocando manifestação para o dia 10 de dezembro, em Brasília, contra a indicação do ministro Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal (STF).
“Diga não a um comunista no STF”, apela Malafaia, ao pedir que as “pessoas de bem” saiam às ruas para barrar a indicação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à corte suprema.
Surtado, o religioso ainda disse que “Lula é o traidor do povo cristão” antes de cravar que Dino é um comunista.
O vídeo em questão, contra Dino, é protagonizado pelos deputados bolsonaristas Nikolas Ferreira, Mário Frias, Carla Zambelli, Magno Malta, dentre outros menos conhecidos.
O ministro Flávio Dino será sabatinado no próximo dia 13 de dezembro na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.
Segundo fontes do Blog do Esmael, em Brasília, Dino não terá dificuldades para obter os votos necessários à indicação.
Em junho deste ano, mesmo sob cerco ideológico, o advogado Cristiano Zanin foi aprovado pelo placar de 58 votos a 18.
Portanto, a tendência é que essa mobilização da extrema direita una ainda mais o Senado em favor de Flávio Dino, ou seja, os bolsonaristas podem estar dando um tiro pela culatra com essa manifestação.
O próprio ex-presidente Jair Bolsonaro, em outros carnavais, dissera que a indicação de ministro para o STF é uma prerrogativa do Presidente da República.
Portanto, possivelmente, Flávio Dino também conseguirá angariar votos de bolsonaristas e lavajatistas no Senado.
A tradição do Senado é pela aprovação dos indicados ao STF
O STF foi criado em 1890, após a Proclamação da República.
Nesses 133 anos de história, apenas cinco indicações do presidente foram derrubadas pelos senadores.
Todas as rejeições ocorreram em 1894, no governo do marechal Floriano Peixoto.
O caso mais emblemático foi o de Cândido Barata Ribeiro, que amargou a reprovação quando já atuava como ministro do STF.
Na época, o escolhido podia assumir as funções antes de o Senado votar a indicação.
Após dez meses julgando processos, Barata Ribeiro foi obrigado a deixar o casarão da Rua do Passeio, no Rio, onde os juízes da alta corte despachavam.
O breve ministro hoje é mais conhecido por ser tio-avô do comediante Agildo Ribeiro e dar nome a uma rua de Copacabana.
Seu currículo, no entanto, vai muito além.
Barata Ribeiro foi uma das figuras mais influentes do país.
Ele era médico-cirurgião e lecionava na Faculdade de Medicina do Rio.
Foi expoente dos movimentos pelo fim da escravidão e da monarquia e, mais tarde, prefeito do Distrito Federal (o status do Rio após a queda de dom Pedro II).
Apesar dessas credenciais, os senadores concluíram que Barata Ribeiro não poderia ficar no STF.
Motivo: ele não tinha formação jurídica.
Floriano havia feito a nomeação aproveitando-se de uma brecha na lei.
A Constituição de 1891 exigia dos ministros do STF “notável saber” — sem especificar o tipo de saber.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.
O PT conhece muito bem o ex-deputado cujo nome constava na famosa lista de propinas da Odebrecht sob a alcunha de “cuba”; sabe TB que ele acendeu uma vela pra Deus (lula/Dilma) e outra pro diabo (Aécio neves) na eleição presidencial de 2014.
Pesa a favor dele o fato de ter entrado de cabeça na última campanha Eleitoral angariando quase 2.000.000,00 de votos no Estado do Maranhão sendo decisivo no resultado da eleição presidencial