Lula recebe Lewandowski no Alvorada às vésperas de troca na Justiça | Habemus Papa?

Nesta quarta-feira (10/1), um encontro de elevada importância política ocorre no Palácio da Alvorada entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski.

Este encontro, marcado por intensas expectativas e especulações, situa-se num contexto de mudanças significativas no Ministério da Justiça.

Ricardo Lewandowski, figura destacada no cenário jurídico brasileiro, serviu no STF com distinção, deixando um legado de decisões impactantes.

Sua experiência e perspectivas sobre justiça e legalidade são vistas como cruciais neste momento de transição no Ministério.

A possibilidade de sua nomeação para suceder Flávio Dino, que assumirá uma vaga no Supremo, vem sendo discutida intensamente nos bastidores políticos.

A nomeação de Lewandowski, que pode ser anunciada oficialmente na sexta-feira, 12 de janeiro, carrega consigo expectativas elevadas.

Economia

Sua gestão no Ministério da Justiça é vista como um potencial ponto de virada nas políticas de segurança e justiça do país.

No entanto, enfrenta desafios significativos, incluindo a discussão sobre a divisão da pasta e a manutenção da Segurança Pública sob sua jurisdição.

No dia 13 de dezembro, o Blog do Esmael já havia mencionado a possibilidade de Lewandowski ser indicado para o Ministério da Justiça.

Contudo, fontes próximas ao ministro aposentado apontavam para sua relutância em aceitar um cargo que, em suas palavras, seria um “leão sem dentes”.

Essa expressão reflete preocupações sobre possíveis limitações em seu poder e autonomia no comando da pasta.

Antecipadamente, a reunião de Lewandowski com o presidente Lula no Alvorada gera uma ampla gama de reações no cenário político.

Especialistas e analistas políticos veem este momento como crucial para o futuro da justiça e da segurança no Brasil.

A escolha de Lewandowski, um jurista de renome e com uma carreira ilustre, é interpretada como um sinal de que o governo Lula busca reforçar a relação do governo com o judiciário.

A nomeação de Lewandowski para o Ministério da Justiça não é apenas uma mudança de cadeiras.

Representa um realinhamento significativo nas políticas de justiça e segurança do país.

Sua experiência e abordagem podem levar a mudanças substanciais na forma como o Brasil lida com questões de legalidade e ordem pública.

Enquanto aguardamos a confirmação oficial de sua nomeação, a comunidade jurídica e política permanece em expectativa.

A decisão do presidente Lula e a possível aceitação de Lewandowski podem marcar um novo capítulo na história da justiça brasileira.

Este encontro e as decisões que dele advirão serão, sem dúvida, momentos-chave na trajetória política e jurídica do Brasil.

Quem é Lewandowski

O Ministro do Supremo Tribunal Federal Enrique RICARDO LEWANDOWSKI nasceu em 11/05/48, na cidade do Rio de Janeiro – RJ. É casado com Yara de Abreu Lewandowski, tendo com ela os filhos Ricardo, Lívia e Enrique.

O casal possui três netos e duas netas, chamados Philip, Mark, Martin, Betina e Catarina.

Formou-se em Ciências Políticas e Sociais, pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo (1971).

Bacharelou-se também em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo (1973).

É Mestre (1980), Doutor (1982) e Livre-docente em Direito do Estado pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (1994).

Nos Estados Unidos obteve o título de Master of Arts, na área de Relações Internacionais, pela Fletcher School of Law and Diplomacy, da Tufts University, administrada em cooperação com a Harvard University (1981).

Militou na advocacia (1974 a 1990), tendo sido Conselheiro da Ordem dos Advogados – Seção de São Paulo (1989 a 1990).

Ocupou os cargos de Secretário de Governo e de Assuntos Jurídicos de São Bernardo do Campo (1984 a 1988) e também de Presidente da Empresa Metropolitana de Planejamento da Grande São Paulo – EMPLASA (1988 a 1989).

Ingressou na magistratura como Juiz do Tribunal de Alçada Criminal do Estado de São Paulo, pelo Quinto Constitucional da classe dos advogados (1990 a 1997).

Foi promovido a Desembargador do Tribunal de Justiça paulista, por merecimento, onde integrou, sucessivamente, a Seção de Direito Privado, a Seção de Direito Público e o Órgão Especial (1997 a 2006).

Foi eleito e exerceu o cargo de Vice-Presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (1993 a 1995).

É Ministro do Supremo Tribunal Federal, nomeado pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Exerceu a Presidência do STF e do Conselho Nacional de Justiça (2014 a 2016). Presidiu o julgamento do impeachment no Senado Federal (agosto de 2016).

Foi também Ministro do Tribunal Superior Eleitoral (2006 a 2012), havendo ocupado a Presidência daquela Corte especializada (2010 a 2012), ocasião em que coordenou as eleições gerais de 2010, nas quais defendeu a constitucionalidade da Lei da Ficha Limpa.

Exerceu interinamente o cargo de Presidente da República Federativa do Brasil (15 a 17 de setembro de 2014).

Em relação aos inúmeros processos que relatou na Suprema Corte destacam-se os seguintes: 

  • ADPF 186 e RE 597.285, em que se decidiu pela constitucionalidade do sistema de reserva de vagas nas universidades públicas com base em critério étnico-racial, bem como para estudantes egressos do ensino público;
  • RE 579.95, no qual se resolveu que a contratação de parentes de autoridades para o exercício de cargos públicos viola a Constituição Federal, tendo sido editada, na sequência, a Súmula Vinculante nº 13, que veda o nepotismo em qualquer dos Poderes da União, Estados, Distrito Federal e Municípios;
  • ADI 1.969, que resultou na declaração de inconstitucionalidade de decreto do Distrito Federal que proibia a realização de manifestações públicas na Praça dos Três Poderes, Esplanada dos Ministérios e Praça do Buriti;
  • RE 592.581, em que se reconheceu a competência do Judiciário para determinar reformas em presídios, com o fim de garantir a incolumidade física e moral dos detentos;
  • HC 143.641, habeas corpus coletivo mediante o qual forma libertadas da prisão ilegal milhares de gestantes, lactantes e mães de presas de crianças até doze anos e de deficientes físicos;
  • ADI 6.586, na qual ficou assentado que a imunização contra a Covid-19 é compulsória, podendo ser implementada mediante restrições indiretas, vedada a vacinação forçada.

Como Presidente do Conselho Nacional de Justiça foi responsável, além de outras ações, pela implantação das audiências de custódia, nas 27 unidades da federação brasileira, nas quais um juiz decide o destino imediato de uma pessoa presa em flagrante, que lhe deve ser apresentada no prazo máximo de 24 horas.

Ocupa também o cargo de Professor Titular de Teoria Geral do Estado, da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, depois de aprovado em concurso público de provas e títulos (2003).

Leciona na instituição há mais de quatro décadas, após ingressar como docente voluntário (1978), tendo galgado todos os postos da carreira acadêmica.

Chefiou o Departamento de Direito do Estado (2004 a 2006) e coordenou o Curso de Mestrado em Direito Humanos daquela Faculdade (2005 a 2006).

Escreveu, organizou e prefaciou vários livros, sendo autor, dentre outros, de:

  • Proteção dos Direitos Humanos na Ordem Interna e Internacional;
  • Pressupostos Materiais e Formais da Intervenção Federal no Brasil;
  • Globalização, Regionalização e Soberania, além de inúmeros artigos e estudos científicos publicados e revistas acadêmicas no Brasil e no exterior.

Foi agraciado com diversos títulos de cidadania e várias condecorações, destacando-se as Medalhas da Ordem de Rio Branco, do Mérito Naval, do Mérito Militar, do Mérito Aeronáutico e do Congresso Nacional.

Foi aposentado em 11 de abril de 2023 por decreto de 5 de abril de 2023.

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