Lairson Sena: “Basta de agressões aos frentistas. Exigimos respeito!”

Por Lairson Sena*

O mês de outubro marcou a categoria frentista de Curitiba e Região Metropolitana, com a ocorrência de dois casos graves de agressões contra trabalhadores, em pleno exercício da profissão, no local de trabalho. Trata-se dos casos de agressão em que foram vítimas a frentista Guadalupe Monithle Bahls, em Colombo, e o frentista negro Juan Pablo, no bairro do Boqueirão, em Curitiba.

Os lamentáveis episódios são reveladores do grau de preconceitos ainda presentes na sociedade brasileira, nos dois eventos temos os preconceitos classistas, racismo, violência contra a mulher, xenofobia e desrespeito à dignidade do trabalhador e da trabalhadora.

>>Racismo e agressões a frentistas são temas de audiência pública na Câmara de Curitiba

Os fatos alcançaram uma ampla repercussão na imprensa e no conjunto do movimento sindical. De nossa parte, adotamos as medidas legais para punir os agressores, conforme os ditames da lei, e, ao mesmo tempo, instamos as autoridades públicas para exigir proteção aos frentistas, com esse fim realizamos
no dia 16 de outubro uma manifestação diante da Câmara Municipal de Curitiba para denunciar e cobrar medidas no sentido de coibir novas agressões.

Neste sentido, a audiência pública que ocorre hoje na Câmara Municipal de Curitiba, para discutir os casos de agressões físicas e verbais sofridas por trabalhadores/as nos postos de combustíveis, foi decorrência da nossa mobilização. Agradeço a acolhida da nossa proposta pelos vereadores Angelo Vanhoni (PT) e Rodrigo Reis (UB).

Economia

>>Mulher frentista sofre agressão em posto de combustível de Colombo [vídeo]

Nos últimos meses, registramos 12 casos de agressões a trabalhadores em postos de combustíveis na capital paranaense, a maioria das agressões foram motivadas por racismo, assédio moral e agressões verbais — com insultos humilhantes e palavras de baixo calão. Infelizmente, uma realidade. É preciso pôr um fim às agressões nos locais de trabalho. Mais uma vez, reafirmo que a categoria frentista merece respeito e desenvolve um trabalho essencial de utilidade pública.

Vamos seguir exigindo o fim da violência e demandando por Justiça, mas como sabemos, a praga do racismo e do machismo requer a formação de consciência e a promoção de novas condutas.

Dentre os objetivos da audiência pública, temos a expectativa de iniciarmos uma discussão para uma política pública de proteção e segurança aos frentistas em seus locais de trabalho, uma campanha de conscientização da população sobre o respeito aos frentistas e a necessidade de punição rigorosa dos agressores.

>>Protesto contra o racismo movimenta Curitiba nesta segunda-feira [vídeo]

O Sinpospetro – Sindicato dos Trabalhadores em Postos de Serviços de Combustíveis e Derivados de Petróleo e Lojas de Conveniências de Curitiba, Região Metropolitana e Litoral – tem o compromisso, que justifica a sua existência, de lutar em defesa da categoria frentista em qualquer hora e situação.

*Lairson Sena é presidente do Sinpospetro de Curitiba, Região Metropolitana e Litoral e integra a diretoria da Federação Nacional dos Frentistas – Fenepospetro.

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