Juiz Marcelo Bretas, conhecido como “Moro do Rio”, é julgado pelo CNJ por suposta combinação de sentenças

A corregedoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) vai julgar o juiz federal Marcelo Bretas, conhecido como “Moro do Rio de Janeiro”, por sua atuação na Operação Lava Jato. O julgamento, que começa às 9h, desta terça (28/2), está em sigilo. Bretas é alvo de três representações por supostamente manter relação com procuradores e advogados para direcionar processos, combinar sentenças e conduzir apurações contra alvos predefinidos.

Uma das representações é assinada pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), que diz sofrer perseguição por parte do magistrado. Em 2021, a 5ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal (MPF) mandou a Procuradoria Regional Eleitoral do Rio de Janeiro investigar se Bretas interferiu ou não nas eleições ao governo e à prefeitura do Rio em 2018 e 2020.

Bretas atua na 7ª Vara Federal Criminal do Rio, onde tramitam os processos da extinta Lava Jato fluminense. Em delação premiada, o advogado Nythalmar Dias Ferreira Filho disse que o magistrado atuou para que Wilson Witzel (PSC) fosse eleito governador do Rio em 2018. Ele teria vazado o depoimento de um ex-secretário de Eduardo Paes (PSB), rival de Witzel e então líder nas pesquisas para o governo do Rio em 2018, acusando o político de receber propina e coordenar um esquema de fraude em licitações.

Com a abertura de um processo disciplinar, Bretas pode ser afastado do seu cargo. O juiz será julgado por 11 conselheiros e o relator do caso será o corregedor-nacional de Justiça, Luis Felipe Salomão. Contudo, o agora senador Sergio Moro (União Brasil-PR) afirmou que falta solidez às acusações contra Marcelo Bretas.

“A Lava Jato no RJ desmontou o império de corrupção do Governo Cabral. O Juiz Bretas, que fez um grande trabalho, virou alvo e será julgado pelo CNJ. Pode ser afastado. Falta solidez às acusações. Que a Justiça prevaleça e a independência da magistratura seja preservada”, disse Moro, que também teve suas sentenças da Lava Jato anuladas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e ainda enfrenta pedido de cassação na Justiça Eleitoral.

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