Jovem morre com 26 iPhones presos ao corpo no Paraná

Jovem de 20 anos morre em Guarapuava com 26 iPhones escondidos sob a roupa; polícia apura transporte ilegal

A tragédia que chocou o Paraná na noite de terça-feira (29) vai muito além de uma parada cardiorrespiratória: uma jovem de 20 anos, natural de Foz do Iguaçu, morreu em Guarapuava após ser flagrada com 26 iPhones recondicionados presos sob a roupa, durante viagem de ônibus. O caso acendeu o alerta sobre as rotas clandestinas de contrabando e o aliciamento de jovens em esquemas de descaminho.

Segundo a Polícia Militar e o Samu, a jovem passou mal durante uma parada do ônibus em um restaurante na BR-277. Ela chegou a ser atendida no local, recuperou a consciência brevemente, mas sofreu uma parada cardíaca e não resistiu após 45 minutos de reanimação. Os celulares estavam amarrados junto ao corpo da vítima, o que pode ter comprometido sua respiração e circulação — hipótese ainda sob análise pericial.

A passageira viajava sozinha rumo a São Paulo. Além dos iPhones escondidos, bebidas alcoólicas foram encontradas na bagagem, configurando descaminho, crime previsto quando há importação de produtos sem pagamento de impostos.

A Polícia Científica do Paraná, com auxílio de cão farejador, inspecionou a bagagem e não encontrou entorpecentes. O corpo da jovem foi encaminhado para exames tanatológicos, e a Polícia Federal assumirá a investigação sobre a procedência e o destino dos aparelhos apreendidos, que foram levados à Receita Federal.

A identidade da jovem ainda não foi divulgada oficialmente, mas fontes da polícia indicam que os iPhones eram recondicionados, aparelhos usados que passaram por revisão e costumam ser alvo de contrabando na fronteira com o Paraguai.

O caso levanta questões sobre o aliciamento de mulheres jovens por quadrilhas que atuam nas rotas do descaminho, especialmente entre Foz do Iguaçu e São Paulo, utilizando ônibus de linha para camuflar a operação. A falta de fiscalização efetiva e a vulnerabilidade social dessas passageiras alimentam esse mercado paralelo e letal.

A Polícia Civil de Guarapuava segue apurando a causa da morte, enquanto laudos periciais buscam entender os impactos físicos do transporte irregular dos eletrônicos no corpo da vítima. Até o momento, a Polícia Civil não se pronunciou oficialmente.

O Blog do Esmael seguirá acompanhando os desdobramentos desta tragédia que escancara uma realidade silenciosa: a exploração de jovens pobres por redes criminosas, em um país onde o crime organizado muitas vezes se sobrepõe à ausência do Estado.

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