Guerra em Gaza: Hamas cético com acordo de cessar-fogo após otimismo de Biden

Jordânia coordena esforços internacionais para auxiliar Gaza, enquanto o Hamas diz que não recebeu proposta formal de cessar-fogo

Em uma operação desafiadora que destaca a urgência na Faixa de Gaza, a Jordânia intensificou a coordenação com parceiros internacionais para realizar airdrops de alimentos e suprimentos. Aviões dos Emirados Árabes Unidos, Egito e França se uniram à operação jordaniana ao longo da costa de Gaza nesta terça-feira (27/2), marcando a primeira vez que o Egito realizou airdrops desde o início da guerra.

Essa iniciativa, embora eficaz em fornecer ajuda, ressalta a extrema necessidade em Gaza, com grupos de ajuda alertando sobre crescentes restrições na distribuição de suprimentos. Os airdrops [distribuição de ajuda por paraquedas], embora uma medida de último recurso devido à sua ineficiência e custo relativamente alto, tornaram-se cruciais diante das restrições à entrega tradicional de ajuda.

Apesar das limitações, a França anunciou um aumento na colaboração com a Jordânia, reconhecendo a urgência humanitária em Gaza. Enquanto a comunidade internacional busca soluções para a crise alimentar em Gaza, a Jordânia estabeleceu um precedente crítico com seus airdrops, mostrando a viabilidade dessa abordagem em circunstâncias desafiadoras.

Cooperação internacional: resposta à crise e obstáculos nas negociações de cessar-fogo

Após a expressão de otimismo do presidente americano Joe Biden sobre um possível cessar-fogo em Gaza na próxima semana, o movimento Hamas minimiza as chances de um acordo iminente com Israel. O porta-voz do Hamas, Basem Naim, afirma não ter recebido formalmente “qualquer nova proposta” desde as reuniões entre autoridades israelenses e mediadores qatarianos, egípcios e americanos em Paris.

As discussões em Paris envolveram uma proposta na qual cerca de 40 reféns poderiam ser libertados durante um cessar-fogo de seis semanas, antes do início do Ramadã. Em troca, Israel libertaria prisioneiros palestinos, incluindo alguns cumprindo longas penas por terrorismo. No entanto, o Hamas reafirma suas demandas por um cessar-fogo permanente como condição para qualquer novo acordo.

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A disposição de Israel em liberar prisioneiros palestinos de alto perfil representa uma mudança significativa na estratégia de negociação. Embora ainda em discussão, essa abordagem pode impulsionar as negociações e oferecer uma pausa temporária nos conflitos em Gaza.

Suspensão humanitária: cruz vermelha interrompe missões após detenção de socorristas

A Sociedade do Crescente Vermelho Palestino suspendeu missões médicas de emergência por dois dias em parte de Gaza após forças israelenses interceptarem um comboio humanitário evacuando pacientes de um hospital. A interceptação, apesar de acordada previamente com as autoridades israelenses, resultou em interrogatórios e detenção de trabalhadores médicos.

Essa ação levou a uma suspensão temporária da coordenação humanitária em Gaza, destacando a falta de comprometimento e respeito das forças de ocupação israelenses aos procedimentos e mecanismos de coordenação. Incidentes como esse, embora não isolados, evidenciam a difícil situação enfrentada pelos trabalhadores humanitários na região.

Mudança de estratégia: Israel sinaliza liberação de prisioneiros em potencial acordo

Em uma virada significativa, negociadores israelenses sinalizam a possível liberação de um grupo de prisioneiros palestinos de alto perfil em troca da libertação de alguns reféns israelenses em Gaza. Essa mudança estratégica, embora não anunciada publicamente, pode ser crucial para avançar nas negociações e alcançar um acordo temporário antes do início do Ramadã.

A proposta, ainda em discussão, envolve a libertação de cinco soldados israelenses em troca de 15 palestinos condenados por crimes de terrorismo. Essa concessão, antes evitada pelo governo israelense devido à sua possível repercussão interna, marca uma mudança notável na postura de Israel nas negociações.

Em resumo, as recentes desenvolturas na região destacam a complexidade das operações humanitárias, as dificuldades nas negociações de cessar-fogo e as mudanças nas estratégias de negociação de ambas as partes envolvidas. A busca por soluções continua enquanto as negociações se intensificam e a comunidade internacional se esforça para aliviar a crise em Gaza.

No dia 144 da Guerra em Gaza, cerca de 30 mil palestinos foram mortos e 70 mil ficaram feridos. Do lado israelense são 1.200 mortos desde 7 de outubro, quando iniciou o conflito com o Hamas.

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