Guedes celebra recorde de arrecadação enquanto o Brasil chora 514 mil vidas perdidas na pandemia

O ministro da Economia, Paulo Guedes, preposto dos bancos, disse nesta terça-feira (29/6) que o aumento da arrecadação registrado pela Receita Federal (RFB), mostra que a economia “voltou a ficar de pé”. A fala dele ocorreu enquanto mais de 514 mil vítimas na pandemia “foram deitadas” por falta de vacina e assistência do governo.

“A economia brasileira continua surpreendendo favoravelmente”, comemorou o ministro dos bancos ao anunciar a arrecadação de impostos e contribuições federais, de R$ 142,1 bilhões em maio, sem dizer que o resultado será transferido para o sistema financeiro a título de pagamento de juros e amortização da dívida interna jamais auditada.

“É um recorde histórico esse crescimento de quase 70% em relação ao mesmo mês de maio do ano anterior. No acumulado de janeiro a maio, [a arrecadação] chegou a R$ 744 bilhões. É um acréscimo real de 21% sobre o mesmo período do ano passado”, disse o ministro. Segundo Guedes, todos os setores aumentaram a arrecadação. “É inequívoco que o Brasil já se levantou e a economia está caminhando com velocidade bem acima da que era esperada na virada do ano”.

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Enquanto os brasileiros morrem por falta de vacina e distanciamento social, com ajuda emergencial digno, Paulo Guedes celebra o aumento na arrecadação. Ou seja, o “sinistro” exulta-se com o resultado financeiro enquanto o povo morre na pandemia.

O ministro reiterou que o país está à beira de uma reforma tributária [abismo], que tem como compromisso não deixar que os impostos “sufoquem o empresariado brasileiro”.

“Nesse segundo capítulo da reforma tributária, que já enviamos, mandamos sinal muito claro: nosso governo quer reduzir em termos reais a arrecadação sobre as empresas. Se a arrecadação vier acima do que esperávamos, temos de transformar isso em simplificação e redução de outros impostos. Anunciamos redução de 2,5% no Imposto de Renda de Pessoa Jurídica, mas queremos passar isso para 5% nos próximos anos. Estamos recalibrando nossos cálculos para ver se isso já é possível”, disse o ministro.

Economia

Os bancos e a velha mídia corporativa, que estão mancomunados, não tem do que reclamar.