Greve no Metrô é o primeiro desafio político do governo Tarcísio Freitas em São Paulo

Sindicato dos Metroviários e Metroviárias de São Paulo deflagrou nesta quinta (23/3) greve geral no Metrô e no Monotrilho. As paralisações iniciaram à zero hora de hoje devido à intransigência do governo de Tarcísio Freitas (Republicanos) e da direção da empresa em relação aos direitos trabalhistas da categoria, dizem os metroviários.

Além disso, os trabalhadores do Metrô e do Monotrilho exigem o fim das terceirizações e a abertura de concurso público para repor o quadro de funcionários defasado. Eles alegam que há precarização da mão de obra e por isso houve aumento de acidentes e mortes no trabalho.

Conhecido como “Martelinho” entre os trabalhadores do Metrô de SP, em virtude da violência que empregou ao bater o martelo na B3, durante leilão do Rodoanel Norte, Tarcísio enfrenta seu primeiro grande desafio político no governo de SP. A licitação da obra é um escândalo à parte, ao qual voltaremos mais adiante.

De acordo com os metroviários, a luta por direitos está ligada diretamente à luta contra a privatização. “Se a privatização do metrô ocorrer, que é o projeto declarado do governador Tarcísio, perderemos nossos empregos e a população receberá um péssimo serviço do tipo que a ViaMobilidade presta nas Linhas 8 e 9 dos trens”, declaram.

Os trabalhadores denunciam que Tarcísio continua sufocando o metrô estatal para bancar o metrô privado, ao se referirem ao subsídio do governo à concessão em vigor na Linha 4-Amarela.

“Desde 1º/2, enquanto a população paga R$ 4,40 na tarifa, o governo repassa para ViaQuatro R$ 6,32 por passageiro que utiliza a L-4 . Ou seja, o governo paga R$ 1,92 a mais, utilizando dinheiro público para bancar a CCR. É o Estado privilegiando o metrô privado e sabotando o metrô estatal! A privatização não beneficia a sociedade!“, diz um comunicado do movimento paradista.

Economia

Na greve de hoje, os trabalhadores do turno da tarde avisam que prolongarão sua jornada e o pessoal do turno da noite não deve entrar para trabalhar. O Sindicato enviou um ofício à direção do Metrô solicitando a liberação de catracas, conforme proposta apresentada e acatada pela juíza Eliane Aparecida da Silva Pedroso.

Se a empresa não quiser prejudicar a população, dizem os metroviários, é preciso liberar as catracas aos usuários [sem cobrar tarifa] para que a categoria possa assumir seus postos de trabalho.

Sobre o Metrô e o Monotrilho de SP

O Metrô de São Paulo é um sistema de transporte público de alta capacidade que foi inaugurado em 1974. Atualmente, é composto por seis linhas, que cobrem cerca de 100 km de extensão e possuem 89 estações. O metrô transporta aproximadamente 4,5 milhões de passageiros por dia útil, tornando-se um dos principais meios de transporte da cidade de São Paulo.

Já o Monotrilho de São Paulo é um sistema de transporte público elevado que foi inaugurado em 2014, com o objetivo de expandir o sistema de transporte na cidade. Atualmente, o Monotrilho é composto por duas linhas: a Linha 15-Prata, que liga a Vila Prudente a São Mateus, e a Linha 17-Ouro, que ligará o Aeroporto de Congonhas ao Morumbi. No entanto, a Linha 17 ainda não foi concluída. O Monotrilho transporta cerca de 170 mil passageiros por dia útil.

A tarifa do metrô custa R$ 4,40. O bilhete do monotrilho (Tarifa Integrada Comum) custa R$ 7,65, que permite até três embarques em ônibus diferentes, no período de 3 horas e um embarque no sistema de trilhos, nas duas primeiras horas.

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