Governador Ratinho Junior foge de Jair Bolsonaro e de manifestantes no Paraná

O presidente Jair Bolsonaro foi recebido com manifestação na manhã deste sábado (06/11) no município de Ponta Grossa, região dos Campos Gerais, a 100 km de Curitiba. O mandatário desembarcou na noite de ontem (05/11) no Paraná e participou de uma “Cerimônia de Anúncios do Governo Federal” no vizinho município de Castro, que não contou com a presença do governador Ratinho Junior (PSD).

Misógino como sempre, Bolsonaro disse que à claque bolsonarista que Dilma Rousseff (PT) era “bicho ruim” e que sogra seria “santa” perto dela [ex-presidenta].

Bolsonaro realizou na manhã de hoje uma motociata entre o município de Piraí do Sul e Ponta Grossa. O trajeto continha 79,4 km e durou cerca de uma hora. Nesse passeio, Ratinho Junior também frustrou o presidente. O governador paranaense fez a desfeita e não compareceu. Havia a expectativa de que o filho do apresentador Ratão desfilasse na garupa do inquilino do Palácio do Planalto pelas cidades dos Campos Gerais.

Ratinho Junior preferiu cumprir agenda longe de Bolsonaro, em Londrina, Norte do Paraná, onde entregou a primeira etapa da reforma da unidade da Ceasa (Central de Abastecimento do Paraná).

Por causa dessa desfeita, o presidente Jair Bolsonaro determinou que o líder do governo, deputado Ricardo Barros (PP-PR), viabilize uma candidatura à direita ao governo do Paraná, contra Ratinho Junior.

Na última agenda conjunta entre Bolsonaro e Ratinho no Paraná, em Maringá, 1º de outubro, o governador paranaense foi alvo de vaias porque a militância bolsonarista culpou o ICMS estadual pelos aumentos abusivos dos combustíveis.

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Enquanto isso, no centro de Ponta Grossa, manifestantes se concentraram na Praça Barão de Baraúnas e marcharam pelas ruas centrais da cidade com faixas com dizeres “BozoRato Genocida” [mistura de Bolsonaro e Ratinho Junior].

Mesmo ausente, o governador Ratinho Junior foi alvo de protesto e teve a imagem associada por opositores.

O protesto “Vaza Bolsonaro!” contou com moradores dos municípios de Castro, Piraí do Sul, Telêmaco Borba, Palmeira, Campo Magro e Curitiba –além dos de Ponta Grossa.

As seguintes entidades e organizações partidárias promoveram a manifestação contra “BozoRato”:

  • Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST);
  • Movimento Popular por Moradia (MPM);
  • Partido Comunista do Brasil (PCdoB);
  • Partido Democrático Trabalhista (PDT);
  • Partido Socialismo e Liberdade (PSOL);
  • Juventude Combate e Liberdade (JCL);
  • Combate Feminista;
  • Movimento Raiz da Liberdade (PSOL);
  • Coletivo 4P Poder Para o Povo Preto;
  • Partido dos Trabalhadores (PT);
  • Mandato Coletivo do PSOL;
  • Associação dos Professores do Paraná (APP-Sindicato);
  • Sindicato dos Comerciários;
  • Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina;
  • Central Única dos Trabalhadores (CUT-PR);
  • Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Carnes Derivados e Alimentação de Ponta Grossa (STIMLACA);
  • União da Juventude Socialista (UJS);
  • União Paranaense dos Estudantes (UPE); e
  • União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (UPES).

Muitas falas repudiaram o governo federal, a campanha antecipada do presidente e o gasto de recursos públicos em coisas que não estão relacionadas com políticas de governo.

“Triste ver políticos locais ajudando a maquiar a verdade quanto a recursos para Ponta Grossa. O governo federal anunciou na visita de Bolsonaro várias inverdades. Tudo neste governo é Fake, esconde que ele veio fazer aqui é: campanha antecipada com as tais motociatas, que segundo o Tribunal de Contas da União TCU,já gastaram mais de R$ 1,5 milhões de recursos públicos para reforçar sua tentativa de se reeleger”, disse Tércio Nascimento, presidente do núcleo da APP-Sindicato e do PCdoB de Ponta Grossa.

Já Ana Paula co-vereadora do Mandato coletivo e presidenta do PSOL de Ponta Grossa recomendou que Bolsonaro deixe de fazer moticiatas para governar o país. “O nosso país está precisando resolver problemas sérios que o desgoverno de Bolsonaro causou como a fome, desemprego, inflação e o negacionismo no trato da pandemia. Estamos aqui para mostrar que Bolsonaro vai cair pelas forças das ruas”, disse a parlamentar.

Lideranças do movimento estudantil como Tais Carvalho, presidenta da UPES, reforçou que chega de negacionismo e desrespeito à memória dos mais de 600 mil mortos na pandemia. “Estamos aqui lutando por vacina, pão saúde e educação”, resumiu.

O presidente do PT de Ponta Grossa, Nilson Neves, ressaltou que “enquanto brasileiro come osso e o presidente passeia de motocicleta pelo país mostrando que não está nem aí com os reais problemas do nosso povo”.

Os manifestantes prometeram sair às ruas sempre que o Bolsonaro fizer suas visitas e atos para gerar fake news nas redes de sua milícia digital.

No próximo dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, essas entidades que convocaram o contra “BozoRato” disseram que voltarão às ruas.