O Globo assumiu a necessidade de impeachment do presidente Jair Bolsonaro, nesta segunda-feira (1º), por meio da pena da jornalista Míriam Leitão.
“Hora de Maia abrir o impeachment já passou“, encorajou a veterana repórter de economia, sempre prestigiada pelos Marinho.
“Todos os olhares hoje estão voltados na eleição do Congresso. Bolsonaro está em uma situação confortável depois de fazer uma intervenção clara e direta na votação e chega com dois candidatos favoritos. Mas, se tratando de eleição na Câmara ou Senado, como o voto é secreto, pode haver alguma mudança. Já vimos isto no passado como nas vitórias de Davi Alcolumbre e Severino Cavalcanti”, escreveu Míriam.
O mercado financeiro e a velha mídia temem uma vitória de Bolsonaro hoje, na Câmara, porque, além de engavetar os 62 pedidos de impeachment, Arthur Lira (PP-AL), do Centrão, contraditoriamente, também acabaria com as privatizações.
Globo, mídia e os bancos torcem por uma agenda liberal, que poderia ser resolvida com Baleia Rossi (MDB-SP).
A seguir, leia a íntegra do artigo de Míriam Leitão:
Hora de Maia abrir o impeachment já passou
Todos os olhares hoje estão voltados na eleição do Congresso. Bolsonaro está em uma situação confortável depois de fazer uma intervenção clara e direta na votação e chega com dois candidatos favoritos. Mas, se tratando de eleição na Câmara ou Senado, como o voto é secreto, pode haver alguma mudança. Já vimos isto no passado como nas vitórias de Davi Alcolumbre e Severino Cavalcanti.
O final de semana foi movimentado e quem mais perdeu foi Rodrigo Maia, que agora está desconfortável com a saída do DEM do apoio à candidatura de Baleia Rossi. Com a debandada, ele ameaçou tocar o processo de impeachment. O tempo do Maia decidir sobre isso passou. Ele sentou muito tempo nos 60 pedidos de impeachment e abrir agora seria por vingança. Vai demonstrar que ele nunca viu o processo impeachment pelo mérito, mas por conveniência política.
Pela perspectiva da equipe econômica, com a entrada do novo comando das casas, a equipe econômica acredita que esta pauta vai andar. Creio que estão sendo otimistas e equivocados. O deputado Rodrigo Maia tinha um compromisso com uma agenda de reformas antes mesmo de ser presidente da Câmara. A aprovação da reforma da previdência teve grande participação dele, com pouco trabalho do executivo.
Arthur Lira e principalmente Rodrigo Pacheco já demonstram que não têm este compromisso com estas mudanças. Pacheco deixou claro que era contra a privatização da Eletrobras, participou até de grupos. Na reta final, Lira acertou o discurso e disse que tem que intenção de retomar a agenda de reformas econômicas.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.