Fantástico: Mais pessoas deixam de comer para pagar contas de água e luz no País

No primeiro programa Fantástico do ano 2022, na Globo, neste domingo (02/01), uma denúncia “incrível” que infelizmente está cada vez mais naturalizada: mais pessoas deixam de comer para pagar contas de água e luz no País. As tarifas de serviços públicos essenciais ficaram proibitivos sob o governo Jair Bolsonaro (PL) e governo estaduais descomprometidos com o bem-estar das famílias –mesmo em um período especial de pandemia.

Segundo o deputado Requião Filho (MDB) a conta de água cobrada pela Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) subiu 170% enquanto a inflação acumulada foi de 70% nos últimos oito anos, nos governos Beto Richa (PSDB) e Ratinho Junior (PSD).

O filho do ex-senador Roberto Requião (sem partido) comparou a tarifa atual da Sanepar pelos preços praticados pela estatal quando tinha um “governo de verdade” (1991-1994 e 2003-2010).

De acordo com o parlamentar, no governo Requião, entre 2003 e 2010, em oito anos, a tarifa de água e esgoto subiu 22,6% contra 56,68% de inflação no período –quando o preço ficou congelado seis anos com o investimento do lucro da companhia em obras públicas.

O preço da energia cobrada pela Companhia Paranaense de Energia (Copel) é outro escândalo. “Essa será uma herança deixada pelos governos Bolsonaro e Ratinho Junior para os paranaenses. Um aumento fervoroso nas contas da produção de alimentos, que se refletirá na mesa dos consumidores”, disse Requião Filho, se referindo aos produtores rurais, que perderão a partir de 2023 o subsídio oferecido pelo governo federal destinado à energia rural, que atualmente chega a 60% do valor consumido nas propriedades.

“Tivemos um aumento de quase 1000% na tarifa de energia nos últimos anos. Tanto na tarifa rural, quanto na luz noturna. Existe ainda a queima constante de equipamentos. O preço de toda a cadeia de insumos, inclusive a energia elétrica, está levando o lucro por água abaixo”, denunciou em novembro de 2021 Claudinei de Carli, presidente da Sociedade Rural de Astorga, durante audiência pública na Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP), que discutiu as constantes quedas no fornecimento do insumo pela Copel. “Tanto na tarifa rural, quanto na luz noturna. Existe ainda a queima constante de equipamentos. O preço de toda a cadeia de insumos, inclusive a energia elétrica, está levando o lucro por água abaixo”, disse.

Economia

Os aumentos nas tarifas da Sanepar e da Copel não significam mais investimentos na qualidade dos serviços oferecidos à população. Pelo contrário. Esse lucro tem sido distribuído na ordem de até 65% para acionistas a título de dividendos. Ou seja, os consumidores pagam para a torneira ficar seca e para quedas na energia.

Além dos desinvestimentos nas companhias de água e luz, a sociedade paranaense ainda precisa bancar a corrupção de desvios ocorridos nas empresas. Vide o caso da Sanepar, que, no último dia do ano, teve de pagar R$ 8,5 milhões devido “perdas” identificadas pela Operação Ductos, do Gaeco, braço policial do Ministério Público do Paraná.

“Ratazanas roubam a SANEPAR e você paga a conta!”, escreveu no Twitter o ex-governador e ex-senador Roberto Requião.

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