Um espectro ronda o Palácio Iguaçu, o espectro da CPI da Copel, mesmo depois de a Companhia Paranaense de Energia ser privatizada na B3.
O Litoral do Paraná foi palco de um evento histórico e marcante no 7 de setembro: o 1° Grito dos Excluídos e Excluídas, cuja temática sacudiu a região.
Entre os clamores da multidão, ecoou uma indignação que não pode ser silenciada, especialmente quando se trata da controversa venda da Copel.
O protagonista dessa manifestação, anônimo por escolha, uniu-se à causa quando soube que Matinhos seria o local da primeira edição do Grito dos Excluídos.
Ele carregava consigo uma faixa marcada pela sigla “CPI da Copel”, um símbolo das inquietações e investigações que se desdobram em torno dessa suspeita negociação.
À medida que a manifestação se aproximou do palanque onde figuravam o prefeito Zé da Ecler, do partido Podemos, e outros secretários, uma decisão inesperada foi tomada.
Uma ordem veio de lá, do palanque das autoridades municipais, determinando a retirada da faixa que pedia a CPI da Copel na Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP).
Alguns dos presentes, solidários à causa, pediram gentilmente que a bandeira fosse baixada, na esperança de um gesto de conciliação entre as partes.
No entanto, o portador da faixa insurgiu-se, desagradando o prefeito aliado do governo que orquestrou a controversa venda da Copel.
A cena, então, assumiu contornos tensos e emblemáticos.
E assim, diante desse episódio, a narrativa se encerra, mas o significado permanece e subiu a Serra do Mar – chegando ao Centro Cívico, em Curitiba.
Os manifestantes continuaram sua marcha, erguendo as palavras de ordem da CMP (Central de Movimentos Populares) e recebendo aplausos daqueles que assistiam àquela encenação.
Este evento representa muito mais do que uma mera manifestação; é um grito pela justiça social, um ato que busca destacar as questões prementes que afetam nossa sociedade.
Nós, como observadores atentos, devemos reconhecer a importância desses momentos e refletir sobre o que eles representam para o nosso futuro coletivo enquanto civilização.
O relato emocionado [e a foto] foi postado por “Teca” no grupo de WhastApp “A Copel É Nossa!”, que teima continuar mobilizando a sociedade.
Portanto, o fantasma do pedido da CPI da Copel continua a rondar o Palácio Iguaçu – sede do executivo estadual no Paraná.
Sobre a privatização da Copel
A privatização da Companhia Paranaense de Energia (Copel), no último dia 8 de agosto em 2023, gerou uma série de debates e protestos por parte dos movimentos contrários à venda da estatal.
Sob a ótica desses movimentos, a privatização levanta preocupações sobre o controle público dos recursos energéticos e a possível deterioração dos serviços prestados à população.
Os críticos argumentam que a privatização da Copel, apesar de ter movimentado bilhões de reais e sido considerada uma das maiores ofertas do setor elétrico do mundo, pode resultar em aumentos nas tarifas de energia e redução na qualidade do serviço.
Eles destacam que, sob gestão privada, a empresa pode priorizar o lucro em detrimento do interesse público.
Além disso, os movimentos contrários à privatização enfatizam a importância estratégica da energia elétrica como um recurso vital para o desenvolvimento econômico e social.
Eles temem que a transferência do controle da Copel para o setor privado coloque em risco a estabilidade do fornecimento de energia e a capacidade de investimento em infraestrutura.
Os movimentos contrários à privatização da Copel estão preocupados com as implicações que essa venda pode ter para o acesso à energia elétrica, os preços das tarifas e o controle público sobre um recurso fundamental para a sociedade.
O que é Grito dos Excluídos?
O “Grito dos Excluídos” é um conjunto de manifestações populares que ocorrem no Brasil desde 1995, durante a Semana da Pátria, culminando no Dia da Independência do Brasil, em 7 de setembro.
Este movimento tem como objetivo principal dar voz e visibilidade aos excluídos da sociedade, denunciando os mecanismos sociais de exclusão e propondo mudanças.
Promovido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o Grito dos Excluídos existe há 28 anos e nasceu como uma iniciativa de destacar as questões sociais e econômicas que afetam os grupos marginalizados.
A cada ano, o movimento escolhe um tema relevante para abordar em suas manifestações, mobilizando pessoas em todo o país para discutir e buscar soluções para as desigualdades.
Portanto, o Grito dos Excluídos é uma expressão da sociedade civil brasileira que utiliza a data simbólica de 7 de setembro para chamar a atenção para as questões de exclusão social e para promover o debate sobre a justiça social no Brasil.
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Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.
A foto foi tirada pelo ativista Jilberto Sarubbi.
Opa, parabéns pela foto. Crédito registrado. Abraço.