Grito dos Excluídos em Curitiba: solidariedade em busca de alimentação e água; Bolsonaro na cadeia

O Grito dos Excluídos, um evento tradicional que tem ocorrido em várias cidades do Brasil desde 1995, reuniu, nesta quarta-feira (7/9), uma congregação de grupos religiosos e movimentos sociais em Curitiba.

Esta manifestação emblemática congregou pastorais sociais, movimentos sociais, sindicatos, associações, residentes locais e indivíduos comprometidos com questões sociais, todos se engajando em uma caminhada pela Vila Torres.

Durante a transmissão ao vivo do Desfile do 7 de Setembro pelo Blog do Esmael, os comentaristas Elton Barz, Milton Alves e Esmael Morais defenderam que o Grito dos Excluídos seja incorporado oficialmente às celebrações da independência do Brasil, bem como os demais movimentos sociais a partir do ano que vem.

Neste ano, a missão deste grupo diversificado é abordar a problemática do acesso à alimentação e à água no país, questionando: “Você tem fome e sede de quê?”.

O Padre Joaquin Parron, uma das vozes proeminentes deste movimento, destacou a queda notável nas doações de alimentos em geral, especialmente nas Organizações Não Governamentais (ONGs) que prestam assistência às pessoas que vivem em situações de vulnerabilidade.

Ele fez um apelo à solidariedade: “Um quilo de arroz, de feijão, de trigo, fará a diferença na vida daqueles que enfrentam necessidades”.

Economia

O cenário nacional é preocupante, com 100 milhões de brasileiros sem acesso à rede de esgoto e 35 milhões enfrentando a carência de água potável, conforme dados de um relatório divulgado em março deste ano, baseado em indicadores de 2021 do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento.

Desde a última terça-feira (6/9), voluntárias dedicadas trabalharam arduamente na produção de 125 pães, que foram gentilmente distribuídos em um café da manhã solidário para os participantes da manifestação e qualquer transeunte que se aproximasse.

Uma das voluntárias, Maria de Lourdes de Moraes, expressou sua alegria em contribuir para esta nobre causa, declarando: “Sinto-me feliz, pois é algo que amo e aprecio profundamente”.

É relevante destacar que o tema anual do “Grito dos Excluídos e Excluídas” é escolhido com base em sugestões de uma rede de articuladores e mantém um diálogo com o tema da Campanha da Fraternidade, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Além disso, durante os debates, o grupo considera cuidadosamente a conjuntura política, social e econômica do país, bem como a contínua luta dos movimentos populares e sociais.

Paralelamente, a manifestação em Curitiba também chamou a atenção para a causa indígena, ampliando ainda mais sua relevância e abrangência.

Em um país de diversidade rica e complexa como o Brasil, eventos como o Grito dos Excluídos desempenham um papel fundamental na conscientização e na promoção de mudanças sociais necessárias.

À medida que esses grupos se unem em busca de soluções para desafios prementes, como a segurança alimentar e o acesso à água potável, eles demonstram a força da solidariedade e da ação coletiva na construção de um futuro mais justo e equitativo.

Grito dos Excluídos pelo país com pedido de prisão de Bolsonaro

Neste dia 7 de setembro de 2023, o Brasil testemunhou uma onda de mobilizações, que varreu o país de norte a sul, à medida que milhares de cidadãos ergueram suas vozes em prol da justiça social e da prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

[O Blog do Esmael sugere fortemente a leitura deste artigo: Por que Jair Bolsonaro não vai para a cadeia?]

Este fenômeno, conhecido como o “Grito dos Excluídos e das Excluídas,” celebrou sua 29ª edição, ecoando os anseios das comunidades marginalizadas.

Sob o mote provocativo “Você tem fome e sede de quê?”, os manifestantes não apenas exigiram uma alimentação digna para todos, mas também abraçaram uma miríade de causas que afligem suas respectivas regiões.

Em um ato que se segue ao término do governo Bolsonaro, agora sob investigação por uma série de supostos crimes, houve também um clamor unânime pela justiça.

Belém, PA: Homenagens e Apelos por Justiça

Na capital paraense, Belém, estudantes, indígenas, movimentos populares, entidades religiosas e sindicatos se uniram em uma marcha impactante.

Centenas de pessoas tomaram as ruas da cidade, demandando justiça para os defensores dos direitos humanos que perderam a vida na Amazônia, incluindo nomes como Bruno Pereira, Dom Phillips, Dorothy Stang, Dilma Ferreira da Silva, Chico Mendes e Padre Josimo.

Blumenau, SC: A União dos Trabalhadores e a Celebração do Trabalho

Em Blumenau, Santa Catarina, representantes de movimentos populares convergiram para o centro da cidade, unindo trabalhadores e trabalhadoras.

As famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e seus apoiadores exibiram orgulhosamente os produtos dos assentamentos locais, que simbolizam o fruto de seu labor.

Curitiba, PR: Uma Manifestação Multifacetada

Na capital paranaense, Curitiba, organizações indígenas, movimentos populares, representantes do movimento negro, pastorais sociais, grupos religiosos e sindicatos marcharam em conjunto.

O percurso levou-os do Centro de Formação Santo Dias à Casa de Passagem Indígena (Capai), recente conquista do movimento.

O ato incluiu a distribuição de almoços para mais de 500 pessoas, cortesia do projeto “Marmitas da Terra” e do MST.

Fortaleza, CE: União Contra a Exclusão

Em Fortaleza, uma manifestação profundamente enraizada nas lutas populares por direitos uniu centenas de pessoas e diversas entidades.

O evento buscou unir o campo e a cidade, denunciando diversas formas de exclusão em uma das maiores cidades do país.

Goiânia, GO: O Papel da Igreja na Mudança

Em Goiânia, a Igreja Católica desempenhou um papel fundamental no Grito dos Excluídos, marcando uma significativa mudança de posicionamento na cidade desde a chegada do arcebispo Dom João Justino.

Participantes se uniram à Ocupação Paulo Freire, manifestando-se pelos direitos das pessoas marginalizadas.

Maceió, AL: A Reunião das Lutas Populares

Organizações populares, tanto do campo quanto da cidade, se uniram em Maceió.

O desfile seguiu o mesmo percurso do desfile cívico do Dia da Independência, e líderes foram recebidos pelo vice-governador Ronaldo Lessa, que lidera o executivo na ausência do governador Paulo Dantas.

Presidente Prudente, SP: Na Defesa dos Direitos e da Igualdade

Na cidade de Presidente Prudente, em São Paulo, representantes de movimentos populares e organizações religiosas se uniram para abordar os desafios enfrentados pela cidade, fortemente envolvida com o agronegócio.

Rio de Janeiro, RJ: Um Apelo Contra a Violência e Desigualdade

No Rio de Janeiro, o combate à violência foi central no Grito dos Excluídos.

Familiares de vítimas do Estado exigiram justiça, enquanto a luta por moradia, contra a fome e a desigualdade também esteve em pauta.

São Leopoldo, RS: Homenagens em Meio à Adversidade

Em São Leopoldo, na região metropolitana de Porto Alegre, o ato foi marcado por emoção e homenagens às vítimas das recentes enchentes que assolaram o estado.

Anunciou-se a instalação de uma cozinha comunitária em Encantado para ajudar as famílias afetadas pelas inundações.

São Mateus, ES: Educação e Ativismo Unidos

Em São Mateus, estudantes da Escola Municipal Assentamento Zumbi dos Palmares, ligada ao MST, participaram do Grito dos Excluídos.

Mais de 140 estudantes levaram reflexões sobre o tema à marcha, após uma semana de atividades pedagógicas.

São Paulo, SP: Uma Cidade em Defesa dos Direitos Sociais

Na maior cidade do país, São Paulo, milhares de pessoas saíram às ruas em defesa dos direitos sociais e pela prisão de Jair Bolsonaro.

O ato transcorreu pacificamente, com policiais militares enviados para proteger o Monumento às Bandeiras.

Senhor do Bonfim, BA: Agricultores e Agricultoras Unem-se ao Grito

Agricultores e agricultoras do MST na Regional Norte da Bahia, juntamente com representantes de outros movimentos populares, sindicatos e organizações, participaram do Grito dos Excluídos em Senhor do Bonfim, Bahia.

Este 7 de setembro de 2023 será lembrado como um dia em que o Brasil ecoou em protestos, unindo diversas vozes na busca de justiça social e igualdade.

Em meio a uma variedade de desafios, a nação ergueu-se em solidariedade, demonstrando que a luta por um Brasil mais justo continua.

LEIA TAMBÉM

Deixe um comentário