A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), denunciou nesta segunda-feira (28/11) uma farra de R$ 5 bilhões que o Exército planeja fazer com a compra 98 blindados no apagar das luzes do governo cessante de Jair Bolsonaro (PL).
“5 bilhões! Esse é o valor que o Exército calcula gastar com 98 blindados no apagar das luzes do governo Bolsonaro”, denunciou a dirigente petista, que é a coordenadora política da Transição do Governo Lula.
Para Gleisi, trata-se de uma imoralidade com a situação caótica das contas públicas e [pelo] que passa o povo. “Estudaremos o que pode ser feito a partir de janeiro”, disse ela. “Lamentável.”
O Exército planeja essa farra em meio aos jogos da Copa do Mundo e no fim da era Bolsonaro.
Terrorismo
Gleisi ainda reagiu contra bolsonaristas que, em frente ao Quartel General de Brasília, convocaram CACs – pessoas com certificado de registro para colecionar, atirar desportivamente e caçar – para impedir a diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“No alto de um carro de som, empresário bolsonarista convoca atiradores e caçadores pra impedir a diplomação e posse de Lula. Já foi identificado e irá responder na Justiça. Não podemos dar trégua pro terrorismo”, declarou a presidente do PT, referindo-se à manifestação bolsonarista ocorrida no sábado (26/11).
Ameaça bolsonarista
Em vídeo que circula nas redes sociais, Milton Baldin, da cidade de Juruena, no Mato Grosso, convida atiradores, empresários e empreendedores.
“Gostaria de pedir ao agronegócio, aos empresários, que deem férias aos caminhoneiros e mandem os caminhoneiros para Brasília. São só 15 dias, não vai fazer diferença. Também pedir aos CACs, atiradores que têm armas legais… Somos 900 mil atiradores no Brasil hoje, venham aqui mostrar presença”, disse o bolsonarista.
“Se nós perdermos essa batalha, o que você acha que vai acontecer dia 19? Vão entregar as armas, e o que eles vão falar? ‘Perdeu, mané'”, completou Baldin, referindo-se à frase dita pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso a um bolsonarista em Nova York (EUA).
Sob aplausos da turba, o bolsonarista afirmou ainda que a bandeira nacional vai ser tornar vermelha, “mas com o próprio sangue” – em alusão a um possível massacre.
Há quase um mês, manifestantes bolsonaristas realizam atos antidemocráticos fechando ruas em cidades, bloqueando rodovias e fazendo acampamento em frente a quartéis. Eles não reconhecem o resultado das urnas – e a derrota do presidente cessante Jair Bolsonaro – e pedem uma intervenção militar a despeito da escolha democrática da maioria dos brasileiros no segundo turno.
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Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.