Eleição no Equador: esquerda pode voltar ao poder neste domingo com Andrés Arauz

O dramaturgo alemão Bertold Brecht perguntava em suas peças quem era mais ladrão, quem funda um banco ou quem rouba um banco. Como a vida imita a arte, cerca de 13 milhões de equatorianos decidiram neste domingo (11/4) entre um banqueiro e um economista de esquerda, afiliado do ex-presidente Rafael Correa, acusado de corrupção aos moldes do lawfare da extinta Lava Jato no Brasil.

Há forte expectativa de que o economista Andrés Arauz, de 35 anos, do “movimento correista” vença o pleito de hoje contra o banqueiro Guillermo Lasso, de 65, que tem a simpatia do atual presidente conservador Lenin Moreno.

Enquanto Moreno se entregou para o capital financeiro, por meio do Fundo Monetário Internacional (FMI), perseguiu Correa, e tenta eleger Lasso, o movimento de esquerda promete anistiar o ex-presidente e trazê-lo de volta do exílio na Bélgica.

O ambiente político em Quito, capital do Equador, não é diferente de outros país que adotaram o neoliberalismo e por isso têm dificuldades para enfrentar a pandemia de Covid-19. A exemplo do Brasil, que vive a maior crise sanitária do planeta, os equatorianos assistiram recentemente à demissão do quarto ministro da Saúde.

Com as UTIs lotadas, com 100% de ocupação, o Equador tem 17 mil mortos e 340 mil infectados pelo vírus na pandemia.

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Sobre Andrés Arauz

Se vencer neste domingo, Andrés Arauz vai aproximar o país do socialismo, depois de anos de medidas de austeridade intensificadas pela pandemia da Covid-19. Entre as promessas de campanha de Arauz está fazer com que o investimento social tenha prioridade.

As restrições por causa da pandemia em todo o mundo reduziram a demanda de combustível e os preços do petróleo, a principal exportação do Equador. A economia do país sentiu o baque.

Arauz propõe a retomada dos gastos públicos para reaquecer a economia equatoriana. Uma de suas principais promessas de campanhas é a de fazer US$ 1 bilhão em pagamentos diretos em dinheiro às famílias.

Ele também afirmou que vai negar as condições de um pacote de financiamento do FMI de US$ 6,5 bilhões.

Apagões, não!

A presidente do CNE (Conselho Nacional Eleitoral), Diana Atamaint, afirmou hoje que a entidade tem tomado todas as medidas para fortalecer o sistema eleitoral e assim garantir a transparência. “Os apagões dos computadores estão no passado”, garantiu ela.

No seu discurso, Atamaint disse ainda que uma vez encerrado o dia da votação e contados os votos nas mesas receptoras, os cidadãos poderão observar os primeiros resultados oficiais a partir das 19h e “cuja transmissão não será interrompida em qualquer Tempo.”

Atamaint também se referiu às sondagens que as empresas vão apresentar às 17h e lembrou que “não são resultados oficiais, mas projeções com uma margem de erro que em nenhum caso se deve confundir com o escrutínio oficial –que será fornecido pelo CNE.