Doria marca gol na casa do adversário, Moro, ao cooptar presidente do Podemos no Paraná

Se a eleição fosse um partida de futebol poder-se-ia dizer que o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), marcou um gol fora de casa, na casa do adversário, isto é, no campo do suspeito ex-juiz Sergio Moro (Podemos). Eu explico.

O ex-deputado e ex-prefeito de Guarapuava (PR), Cesar Silvestri Filho, abandonou a presidência do Podemos no Paraná para se filiar no PSDB. Coube ao governador de São Paulo, João Doria, a tarefa de alistar o ex-correligionário de Moro e do senador Alvaro Dias (Podemos-PR).

Além de valer mais esse “gol” de Doria fora de casa, contra o adversário Moro, a cooptação do presidente do Podemos paranaense pelo tucanato causou mais do que uma reviravolta, também provocou uma implosão no projeto de reeleição de Ratinho Junior (PSD).

Se antes Ratinho Junior imaginava uma recondução tranquila, agora o arroz do doce do governador azedou de vez. Silvestri Filho se filiou no PSDB com a missão de disputar ao governo do Paraná, o que certamente provocará o segundo turno nas eleições de 2022.

O ex-deputado e ex-prefeito de Guarapuava, cujas gestões servirão de vitrine na campanha, foi bastante estimulado pelo ex-governador Beto Richa (PSDB), que prefere dar a mão ao diabo a apoiar seu ex-secretário do Desenvolvimento Urbano [Ratinho Junior] –cargo que o catapultou para o Palácio Iguaçu.

A detonação de Moro, Alvaro e Ratinho se deu com as recentes mudanças no secretariado do governo do Paraná. A supersecretaria do Desenvolvimento Urbano, que articula com os 399 prefeitos do estado, virou feudo de Alvaro Dias e Moro. Ou seja, o chefes do Podemos fizeram acordo de não lançar candidatura ao governo do Paraná desde que Ratinho apoiasse a reeleição de Alvaro e abrisse o palanque para Moro.

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Silvestri Filho tinha a promessa de que seria candidato do Podemos ao governo do Paraná. Foi traído. Por isso abandonou Moro e Alvaro e partiu para o PSDB.

O ex-chefe da Casa Civil, deputado Guto Silva (PSD), pretendia concorrer ao Senado com o apoio de Ratinho. No entanto, ele foi preterido em nome do acordo. Ele não descarta deixar o partido na janela de abril. Estuda filiação no PSDB para disputar a única vaga do Senado contra Alvaro.

Os problemas se complicam ainda mais para Ratinho Junior com a fúria dos bolsonaristas no estado. Eles planejam uma candidatura de direita ao governo do Paraná, que sirva de palanque para o presidente Jair Bolsonaro (PL). Os nomes mais lembrados são do ex-prefeito de Maringá, Silvio Barros II (PP), irmão do líder do governo na Câmara, e do deputado Felipe Barros (PSL), amigo dileto dos filhos do mandatário.