O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, viu-se no centro das atenções mais uma vez, ao enfrentar acusações de fraude por parte de promotores de Nova York, nesta segunda-feira (2/10).
Este processo é o mais recente capítulo em uma longa saga legal que tem impactado profundamente o ex-presidente e sua família.
O Blog do Esmael traz abaixo as acusações contra Trump, as evidências apresentadas e as implicações que este caso pode ter em sua carreira empresarial e financeira.
Donald Trump chegou a um tribunal de Nova York, não muito longe da icônica Trump Tower, para o primeiro dia de um julgamento por fraude que poderá custar centenas de milhões de dólares a ele e ao seu império empresarial.
As acusações, lideradas pela procuradora-geral de Nova York, Letitia James, alegam que Trump usou declarações financeiras falsas e enganosas entre 2011 e 2021 para inflar sua riqueza em até US$ 2,2 bilhões – cerca de R$ 10 bilhões.
Ao entrar no tribunal, Trump não poupou palavras, desferindo críticas à juíza e aos promotores, descrevendo o processo como a “maior caça às bruxas de todos os tempos”.
Ele defendeu veementemente suas declarações financeiras, classificando-as como “fenomenais”.
É importante observar que, apesar das alegações de fraude, este é um julgamento civil, o que significa que Trump não enfrenta pena de prisão.
Durante a investigação de três anos, Letitia James alega que Trump exagerou o valor de 23 de suas propriedades e ativos em centenas de milhões ou até bilhões de dólares.
Trump utilizou essas declarações financeiras para obter empréstimos favoráveis e inflar artificialmente seu patrimônio líquido.
Ele disse que suas demonstrações financeiras eram “fenomenais”, chamou James, que é negra, de “racista” e “show de terror” e disse que o caso estava sendo supervisionado por um “juiz desonesto”.
“Minha mensagem é simples: não importa quão poderoso você seja, não importa quanto dinheiro você pense que pode ter, ninguém está acima da lei”, disse James fora do tribunal.
Este é um julgamento com juiz, o que significa que não haverá júri.
A juíza Arthur Engoron, do tribunal supremo de Nova York, será a única responsável por tomar uma decisão.
O foco principal do julgamento será estabelecer se Trump cometeu fraude e, em caso afirmativo, determinar o montante que ele deverá pagar como compensação.
O promotor estadual Kevin Wallace apresentou o caso contra Trump, alegando que ele e outros réus violaram a lei ao apresentarem declarações falsas como verdadeiras, cientes de sua falsidade.
A defesa argumenta que eles não estavam envolvidos no processo de valoração, mas a promotoria sustenta que há evidências abundantes de má-fé.
Na semana anterior ao julgamento, o juiz Engoron considerou Trump culpado de fraude, afirmando que os documentos apresentados como evidência mostravam o uso persistente de declarações financeiras defeituosas.
Ele alegou que Trump estava operando em um “mundo de fantasia, não no mundo real”.
Além disso, o juiz determinou que os certificados de negócios de Trump e seus filhos seriam cancelados, tornando extremamente difícil para eles continuarem operando em Nova York.
O que pode agravar ainda mais a situação é uma pesada multa.
O escritório da procuradora-geral argumenta que Trump recebeu empréstimos usando essas declarações fraudulentas para adquirir propriedades como o Trump Golf Club em Miami, o Trump International Hotel and Tower em Chicago e o Old Post Office Building em Washington, capital dos EUA.
A procuradora-geral alega que quaisquer lucros obtidos com base nessas declarações falsas devem ser devolvidos.
Segundo pesquisas recentes, Trump lidera a corrida pela Casa Branca nas eleições presidenciais de 2024.
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Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.