Deu no New York Times: Bolsonaro afrouxou a tanga dois dias depois de perder eleições no Brasil

O The New York Times, maior jornal do mundo, registrou nesta terça (1º/11) que o presidente cessante Jair Bolsonaro (PL) afrouxou a tanga dois dias depois de perder as eleições no Brasil.

A publicação americana anotou que o mandatário brasileiro concordou hoje com uma transição de poder, diminuindo os temores de que o líder de extrema-direita contestasse os resultados após alertar por meses que a única maneira de perder seria por meio de fraude nas urnas eletrônicas.

Bolsonaro quebrou o silêncio com um discurso de dois minutos no Palácio do Planalto. Ele agradeceu seus apoiadores, incentivou os manifestantes a serem pacíficos, comemorou suas conquistas, criticou a esquerda e disse que sempre respeitou a Constituição, além de rechaçar que seria autoritário e antidemocrático.

Embora o presidente não tenha falado explicitamente que perdeu a eleição, ele agradeceu os 58 milhões de votos recebidos – menos que os 60 milhões do vencedor Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O New York Times observa que a transição será começada na quinta-feira (03/11) e Lula indicou seu vice eleito, Geraldo Alckmin (PSB), como comandante desse movimento de “troca de guarda” na Presidência da República.

“O presidente Bolsonaro me autorizou – quando solicitado, com base na lei – a iniciar o processo de transição”, informou o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI).

Economia

Após o curtíssimo pronunciamento, no qual não declarou que saiu perdedor do segundo turno, Bolsonaro cruzou a Praça dos Três Poderes, em Brasília, e foi ao encontro dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Lá, com todas as letras, o presidente reconheceu sua derrota dizendo que “acabou”.

“O presidente da República utilizou o verbo acabar no passado. Ele disse acabou. Portanto, olhar para a frente”, relatou o ministro do STF Edson Fachin, que estava presente no encontro.

O jornal americano ainda repercutiu que Bolsonaro falou sobre os protestos que interrompem rodovias em vários estados. No entanto, ele disse que as manifestações “são fruto da indignação e do sentimento de injustiça no processo eleitoral”. Mas ele pediu a seus apoiadores bolsonaristas que parem com as interrupções. “As manifestações pacíficas serão sempre bem-vindas”, disse. “Mas nossos métodos não podem ser os da esquerda, como invasão de propriedade, destruição de bens e restrições ao direito de ir e vir.”

Apos o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) proclamar Lula como preidente eleito, no domingo (31/10), o presidente dos Estados Unidos Joe Biden enviou uma mensagem de felicitações ao líder petista.

“Envio meus parabéns a Luiz Inácio Lula da Silva por sua eleição para ser o próximo presidente do Brasil após eleições livres, justas e críveis. Estou ansioso para trabalhar juntos para continuar a cooperação entre nossos dois países nos próximos meses e anos”, reconheu o mandatário americano, cujo gesto foi seguido por outras dezenas de líderes mundiais.

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