Por Milton Alves*
O bolsonarismo apresenta as suas armas, iniciando um terceiro turno com a obstrução de estradas federais e promovendo vigílias nas portas de quartéis no feriado do Dia de Finados.
O movimento tem um claro sentido golpista e objetiva impulsionar a resistência da direita neofascista, que pretende manter uma permanente chantagem contra o resultado eleitoral e tumultuar a transição de governo para Lula.
Apesar da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) exigindo a suspensão dos bloqueios, os bolsões mais radicais do movimento permanecem ocupando trechos de estradas, principalmente na região sul do país.
Enquanto isso, o presidente derrotado continua manejando o ressentimento de sua base extremista e politicamente mais radicalizada. O rápido e vago pronunciamento de Jair Bolsonaro, nesta tarde de terça-feira (01), foi um sinal para a continuidade dos atos criminosos da militância bolsonarista, na medida em que não reconheceu oficialmente a derrota nas urnas para o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva.
O ensaio golpista é bancado financeiramente por empresas vinculadas ao bolsonarismo, fazendeiros e transportadoras, os caminhoneiros são uma reduzida massa de manobra no interior do movimento — diversas entidades que atuam na categoria condenaram os bloqueios.
O cenário político pós-eleitoral exige das forças políticas de esquerda e democráticas o máximo de vigilância, evitar provocações e manter a base militante da campanha vitoriosa de Lula mobilizada para empreender forte resistência diante de qualquer aventura golpista da extrema direita.
Além disso, a cidadania deve exigir das instituições da República o rigor da lei para punir os criminosos e vândalos da extrema direita, que teimam em não respeitar a vontade majoritária da população brasileira, que elegeu Lula presidente do Brasil, após uma acirrada disputa eleitoral — com o governo bolsonarista usando e abusando da máquina pública e despejando milhões de reais para aliados políticos.
Bolsonaro incentiva as ações criminosas, ele é o responsável político pela baderna fascista. Ele quer confusão, e até espalhar sangue e morte entre os brasileiros.
Milton Alves é jornalista e colabora em diversas mídias progressistas e de esquerda. É o autor dos livros ‘A Política Além da Notícia e a Guerra Declarada Contra Lula e o PT’ (2019), ‘A Saída é pela Esquerda’ (2020), ‘Lava Jato, uma conspiração contra o Brasil’ (2021) e de ‘Brasil Sem Máscara – o governo Bolsonaro e a destruição do país‘ (2022) — todos pela Kotter Editorial. É militante do Partido dos Trabalhadores (PT), em Curitiba.
LEIA TAMBÉM
- Alckmin vai comandar transição para governo Lula
- Em nota, STF comenta pronunciamento de Bolsonaro; confira
- Em pronunciamento, Jair Bolsonaro reconhece a derrota para Lula; assista
- CUT, Força, UGT, CTB, NCST e CSB: Eleições legítimas e povo soberano
- Em nota, MTST comunica que vai ajudar no desbloqueio de rodovias interditadas por bolsonaristas