STF libera acesso a Aécio Neves a delações premiadas em investigação

Uma no cravo, outra na ferradura. O ministro Alexandre de Moraes, do STF, concedeu ao deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) acesso integral às delações premiadas das empreiteiras OAS e Santa Bárbara Engenharia em processos ligados ao inquérito em que foi indiciado por corrupção e peculato. A bronca é do período em que o tucano era governador de Minas Gerais, entre 2007 e 2010.

Aécio teve acesso a delações sobre as investigações um dia após o Supremo Tribunal Federal garantir ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acesso a todos os documentos usados no acordo da Odebrecht que interessem à defesa do petista, incluindo documentos dos Estados Unidos e da Suíça.

Aécio Neves é investigado por superfaturamento na construção da Cidade Administrativa, sede do governo estadual mineiro, enquanto era governador do estado, enquanto Lula é acusado de receber imóvel de R$ 12 milhões da Odebrecht para sediar o Instituto Lula.

O tucano alegou ao STF que a justiça mineira cerceou sua defensa ao negar acesso às delações. O ministro Alexandre de Moraes concordou em abrir as delações, mas manteve sob sigilo as diligências em andamento na investigação.

Quanto Lula, na última terça-feira (4), obteve vitória na Segunda Turma do STF importante, que mostra o clima pré-julgamento da suspeição do ex-juiz Sérgio Moro a pedido do petista. O exame sobre a parcialidade do ex-magistrado da Lava Jato poderá ocorrer entre os meses de agosto e novembro, segundo o ministro Gilmar Mendes, que preside o colegiado.

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Economia

Câmara de Porto Alegre abre processo de impeachment contra prefeito Marchezan Jr.

A Câmara de Vereadores de Porto Alegre aprovou na tarde desta quarta-feira (5) a abertura de processo de impeachment contra o prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB). O placar final foi de 31 votos a favor da abertura e quatro contra.

A Câmara irá definir, por meio de sorteio, os três vereadores que vão integrar a comissão processante, que terá o período de 90 dias para analisar se o pedido deve ter prosseguimento ou ser arquivado.

Esse é o sexto pedido de impedimento contra o prefeito da capital gaúcha. Os anteriores foram arquivados. O argumento é o uso de recursos do Fundo Municipal de Saúde para pagamento de gastos com publicidade.

Veja como votaram os vereadores de Porto Alegre:

SIM
– Adeli Sell (PT)
– Aldacir Oliboni (PT)
– Alvoni Medina (REP)
– Cassiá Carpes (PP)
– Cassio Trogildo (PTB)
– Cláudia Araújo (PSD)
– Clàudio Janta (SD)
– Comandante Nádia (DEM)
– Dr. Goulart (PTB)
– Engº Comassetto (PT)
– Felipe Camozzato (NOVO)
– Hamilton Sossmeier (PTB)
– Idenir Cecchim (MDB)
– João Bosco Vaz (PDT)
– João Carlos Nedel (PP)
– José Freitas (REP)
– Karen Santos (PSOL)
– Luciano Marcantônio (PTB)
– Marcelo Sgarbossa (PT)
– Márcio Bins Ely (PDT)
– ourdes Sprenger (MDB)
– Mauro Zacher (PDT)
– Mendes Ribeiro (DEM)
– Monica Leal (PP)
– Paulinho Motorista (PSB)
– Paulo Brum (PTB)
– Professor Alex Fraga (PSOL)
– Professor Wambert (PTB)
– Ricardo Gomes (DEM)
– Roberto Robaina (PSOL)
– Valter Nagelstein (PSD)

NÃO
– Airto Ferronato (PSB)
– Cláudio Conceição (PSL)
– Mauro Pinheiro (PL)
– Ramiro Rosário (PSDB)

*Com informações do Correio do Povo

Bolsonaro abre o bico: ‘não dá para continuar muito’ com o auxílio emergencial

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) abriu o bico, isto é, não aguentou, e disse que não vai dar para continuar muito com o auxílio emergencial de R$ 600.

“Não dá para continuar muito porque, por mês, custa R$ 50 bi. A economia tem que funcionar. E alguns governadores teimam ainda em manter tudo fechado”, afirmou nesta quarta-feira (5) o presidente.

Bolsonaro declarou que o auxílio emergencial não vai continuar muito após agradecimento de um apoiador pela ajuda de R$ 600 durante a pandemia do novo coronavírus.

Embora ele capitalize politicamente o auxílio emergencial, Bolsonaro queria conceder inicialmente R$ 200, mas a oposição no Congresso Nacional o derrotou.

“Alguns estão defendendo o auxílio indefinido. Esses mesmos que quebraram os estados deles, esse mesmo governador que quebrou seu estado, está defendendo agora o [auxílio] emergencial de forma permanente. Só que, por mês, são R$ 50 bilhões. Vão arrebentar com a economia do Brasil”, discursou o presidente.

Bolsonaro afirma que ajudar os pobres custa caro, mas o auxílio aos bancos custou até agora mais de R$ 2 trilhões aos cofres públicos. Esse montante daria para pagar auxílio emergencial por 6 anos e sete meses, se considerarmos os R$ 50 bilhões mensais.

Tudo bem é uma questão de prioridade do governo, que acha mais importante a saúde financeira dos bancos e dos especuladores.

O governo Bolsonaro estuda prorrogar o auxílio emergencial até dezembro, porém como valor reduzido a meros R$ 200.

A redução o auxílio emergencial para R$ 200 será utilizado como trunfo do Ministério da Economia, pilotado por Paulo Guedes, para pressionar o Congresso a aprovar a nova “CPMF”, qual seja, o imposto sobre pagamentos e transações eletrônicas.

A conversa deverá ser mais ou menos assim: se o Congresso aprovar o novo imposto, ok, nós manteremos a ajuda de R$ 600 até dezembro.

A ideia do Palácio do Planalto é manter intacto a parte do sistema financeiro no Orçamento da União por meio do pagamento de juros e amortizações da dívida interna.

De acordo como Portal da Transparência, o governo vai gastar este ano metade do orçamento total –R$ 2 trilhões– no serviço da dívida interna (refinanciamento, encargos, juros e amortizações). É importante, no entanto, o leitor não confundir esses gastos previstos com a ajuda extra de R$ 2 trilhões que os bancos obtiveram no início da pandemia de Covid-19.

O sistema financeiro ainda poderá ser agraciado até o final deste ano com outros R$ 2 trilhões oriundos da venda de ativos da União.

Bolsonaro e Guedes são uma mãe para os banqueiros e especuladores.

Resumo da ópera: como diria o deputado Zeca Dirceu (PT-PR), o governo é tigrão com os pobres e tchtchuquinha com os bancos.

Taxa Selic cai para 2%, mas juros no cartão de crédito é de 378,3% ao ano

A taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, caiu de de 2,25% para 2% ao ano. Nesta quarta-feira (5), o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) estipulou o novo piso histórico. No entanto, os juros para quem utiliza os limites do cheque especial e o cartão de crédito ainda continuam pornográficos no País. É uma farra, contra os consumidores, mas que faz a alegria dos banqueiros.

O juro do rotativo voltou a subir no mês de junho. A taxa média de juro para pessoas físicas somou 378,3% ao ano, enquanto que em maio foi de 377,9%. Os números foram divulgados na semana passada pelo Banco Central (BC).

Como o leitor vê, a redução da taxa Selic nada impacta no crédito do cidadão comum. Os bancos continuam utilizando a pandemia do novo coronavírus para ganhar mais dinheiro, quando tinham que ofertar crédito para estimular o consumo e a retomada da economia.

A confirmação do nono corte consecutivo na taxa Selic atinge o menor patamar desde 1999, quando entrou em vigor o regime de metas para a inflação. A decisão do BC foi anunciada no início da noite de hoje.

A economia real, aquela que realmente importa para os cidadão, continua degringolando. Todo os índices apontam que o governo de Jair Bolsonaro e Paulo Guedes são um desastre jamais visto. O desemprego continua aumentando, a produção e o crédito diminuindo. A situação é de depressão econômico e não há luz no fim do túnel sob essa política neoliberal em curso.

A situação atual beneficia os ricos, que ficam mais ricos e os pobres ficam mais pobres.

Por isso é fundamental que Bolsonaro e Guedes caiu foram já do governo.

Taxa Selic, que bicho é esse?

A taxa Selic tem mais a ver com o mundo da especulação financeira. Ela é utilizada no mercado interbancário para financiamento de operações com duração diária, lastreadas em títulos públicos federais. A sigla SELIC é a abreviação de Sistema Especial de Liquidação e Custódia.

Essa sigla nada mais é que um sistema computadorizado utilizado pelo governo, a cargo do Banco Central do Brasil, para que haja controle na emissão, compra e venda de títulos.

A Taxa Selic é obtida pelo cálculo da taxa média ponderada dos juros praticados pelas instituições financeiras. A seguir você descobrirá como até mesmo o seu emprego pode sofrer influência com a movimentação desta taxa.