Alexandre de Moraes é o novo relator no STF de pedido de impeachment de Witzel

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, será o novo relator de reclamação apresentada à Corte pelos advogados do governador do estado Wilson Witzel (PSC) e que pode suspender o processo de impeachment aberto pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

Alexandre substitui Luiz Fux, que se declarou impedido de julgar o caso. O ministro vai analisar recurso da Alerj contra a decisão de Toffoli, que mandou formar uma nova comissão especial na Casa.

A expectativa é que o recurso Alerj seja analisado nos próximos dias. No último sábado, a Casa pediu que fosse reconsiderada a liminar do presidente da Corte, Dias Toffoli, que suspendeu o andamento do processo de impeachment.

A Alerj contestou a determinação e pediu que a liminar seja “integralmente reconsiderada” e que a comissão especial formada anteriormente seja restaurada.

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Lava Jato tem interesses políticos e econômicos, diz Flávio Bolsonaro

O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente da República, disse ao Globo que membros da força-tarefa Lava Jato têm interesse político ou financeiro nas operações deflagradas contra alvos. A entrevista é considerada um passo importante para a reconciliação entre a emissora carioca e o Palácio do Planalto.

“[Augusto] Aras [procurador-geral da República] tem feito um trabalho de fazer com que a lei valha para todos. Embora não ache que a Lava-Jato seja esse corpo homogêneo, considero que pontualmente algumas pessoas ali têm interesse político ou financeiro. Se tivesse desmonte das investigações no Brasil, não íamos estar presenciando essa quantidade toda de operações”, afirmou Flávio Bolsonaro, ao defender a atuação do PGR, que investiga a atuação de procuradores da Lava Jato em São Paulo, Rio e Curitiba.

O filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), também chamado de “Zero Um” pelo pai, foi entrevistado pelo jornal O Globo, cuja matéria foi publicada nesta quarta-feira (5).

O senador Flávio Bolsonaro é alvo de investigação de esquema de “rachadinha” na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), no qual funcionários eram obrigados a devolver parte do salário ao gabinete do parlamentar no período em que ele foi deputado estadual.

“Zero Um” disse ao Globo que ‘pode ser que, porventura’ tenha mandado seu ex-assessor Fabrício Queiroz pagar sua conta pessoal, mas com dinheiro do próprio [de Flávio Bolsonaro].

Queiroz é acusado pelo Ministério Público do Rio de operar as rachadinhas na Alerj. O ex-assessor ficou preso por 22 dias, mas, desde 10 de julho, ele cumpre prisão domiciliar por determina do STJ (Superior Tribunal de Justiça).

De acordo com o Ministério Público apontou que Queiroz pagou contas pessoais de Flávio, como mensalidade escolar das filhas e gastos com plano de saúde, com dinheiro vivo.

“Pode ser que, por ventura eu tenha mandado, sim, o Queiroz pagar uma conta minha. Eu pego dinheiro meu, dou para ele, ele vai ao banco e paga para mim. Querer vincular isso a alguma espécie de esquema que eu tenha com o Queiroz é como criminalizar qualquer secretário que vá pagar a conta de um patrão no banco. Não posso mandar ninguém pagar uma conta para mim no banco?”, escusou-se o filho do presidente da República.

A entrevista de Flávio Bolsonaro já pode ter sido um gesto do grupo Globo, que está se reaproximando politicamente da família Bolsonaro. O ministro das Comunicações, Fábio Faria, genro de Silvio Santos, é o principal operador do “cachimbo da paz” entre a emissora dos Marinho e o presidente Jair Bolsonaro.

Aos poucos, a Rede Globo vem “afrouxando a tanga” para os Bolsonaro após a ameaça de não renovação da concessão para a TV a partir de 2022.

Do ponto de vista da tragédia na economia, Globo e Bolsonaro continuam falando a mesma língua cujo dialeto também é bem compreendido pelos banqueiros e especuladores financeiros –que faturam alto com a pandemia do novo coronavírus.

Resumo da ópera: a Globo pode atirar o ex-ministro Sérgio Moro ao mar em nome da própria sobrevivência, isto é, da renovação da concessão para o funcionamento da TV.