Delegados de polícia se sublevam contra Ratinho Junior

Não convidem para a mesma ceia de Páscoa os delegados da Polícia Civil do Paraná e o governador Ratinho Junior (PSD), que pode dar muito ruim.

A Adepol (Associação dos Delegados de Polícia do Paraná) e o Sidepol (Sindicato dos Delegados de Polícia do Paraná), em assembleia conjunta, aprovaram uma agenda de luta acerca do “desrespeito” de Ratinho Junior com a categoria.

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– As medidas se dão em protesto a desvalorização e desrespeito por parte do Governo do Estado após a aprovação de um índice de reajuste pífio para a categoria – diz o documento aprovado na sexta-feira, 1º de abril, data escolhida a dedo pelos delegados para “homenagear” o governador do estado do Paraná, segundo policiais ouvidos pelo Blog do Esmael.

Nessa guerra contra as reivindicações delegados, policiais civis, militares, policiais penais, e outras 22 categorias do funcionalismo público, o governador distribuiu material nas redes sociais comparando os vencimentos de “antes” com o “agora” para alegar que os profissionais da segurança pública estão “ganhando bem”.

Mas não é isso que pensam os servidores públicos sublevados no Paraná.

Na assembleia da Adepol e Sidepol, no fim de semana, os delegados resolveram o que segue:

Economia

► Cumprir rigorosamente jornada de trabalho de 40h semanais;

► Não realizar operação qualificada nos próximos 30 dias;

► Boicotar força-tarefa que exija diária extra;

► Divulgar ações dos delegados sublevados nas mídias sociais;

► Os delegados irão se deslocar pessoalmente para atender crimes graves e contra a vida para lavrar flagrantes; e

► As comunicações entre as lideranças do movimento serão realizadas somente por meios oficiais, descartando mensagens de aplicativo, telefone, e-mails, etc.

Para os leitores que não acompanham o dia a dia dos policiais e do governo do estado, alguns esclarecimentos são necessários.

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Os profissionais da segurança pública do Paraná reclamam de defasagem nos soldos e salários em até 50%, desde 2016.

Eles também protestam contra a excessiva jornada de trabalho e cobram horas extras devidas pelo governo do esteado.

Policiais e delegados decidiram “cancelar” veículos de velha mídia corporativa porque sabem que eles atuam a soldo do Palácio Iguaçu, qual seja, as entidades representativas dos manifestantes não concederão entrevistas aos jornalões, portais, rádios e televisões que estão alinhados a Ratinho Junior.

A Adepol e o Sidepol, por exemplo, irão se comunicar com a categoria somente pelas redes sociais.

Por não confiarem no governo, os líderes dos delegados civis só negociam com Ratinho pelos canais oficiais. Nada de WhatsApp ou bate-papo por telefones. Somente por meio de ofícios e reuniões presenciais.

Clique aqui para ler a íntegra da resolução conjunta Adepol/Sidepol.