por Ricardo Mac Donald*
Lembro que, na década de 90, os primeiros celulares eram um tijolão! que não cabia no bolso e precisavam ficar um tempão na tomada para carregar a bateria.
A maquininha! evoluiu e deu um salto fenomenal quando agregou a internet. Hoje rádio, TV, chats, operações bancárias, tudo é possível.
Pelo lado do poder público, houve também uma grande evolução. Veio o E-Governo e os munícipes têm acesso a todas as informações da prefeitura, podendo interagir com a Administração.
Despesas, receitas orçamentárias, conferências, avisos, decretos, legislação, tudo ao alcance de alguns cliques. O quadro foi completado esta semana, com a disponibilidade de acesso a cargos e salários dos 35 mil servidores da ativa e os 8 mil aposentados e pensionistas (clique aqui).
Sentimos que o celular e a internet ocupam, cada vez mais, um tempo avassalador em nossas vidas. Em pesquisa recente, quando foi perguntado como os cidadãos obtêm informações da Prefeitura, pela primeira vez o 156, com 19%, perdeu para a internet que atingiu 21%.
Mas, e o preço que pagamos? Não falo dos custos, que no Brasil são os maiores do mundo, mas me refiro ao tempo que dedicamos à maquininha!. Na verdade, já somos meio homens – meio máquinas; só não estamos ligados a elas permanentemente, por fios, graças ao wireless e à s ondas de rádio. Mas a ligação é real, ao ponto de estarem criando um mundo virtual, que prejudica e esfria as relações humanas.
Criam-se relações de etiqueta, levantam-se questões de saúde, mas a maquininha! continua ganhando mais e mais espaço em nossas vidas. Não raro, dá-se preferência à s reuniões por meio eletrônico ao invés de pessoalmente.
à‰ um mundo novo, que vai parar não sabemos onde. Mas, proponho um teste: fique 24 horas sem celular e internet e saberá como a vida era há 30 anos.
*Ricardo Mac Donald Ghisi é advogado, secretário Municipal de Governo de Curitiba. Escreve à s sextas no Blog do Esmael.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.