por Marcelo Araújo*
Sendo este o primeiro contato do ano com o público leitor do Blog, gostaria de desejar a todos, bem como aos colegas colunistas e ao Esmael, saúde, prosperidade e defesa ao debate democrático e respeitoso. Após um Natal privado de iluminação e abastado de crateras, começamos 2014 em destaque internacional em relação à Copa do Mundo como os primeiros de trás pra frente, e se até 18 de fevereiro ventar muito, nem isso…
A mobilidade urbana é um dos desafios a serem enfrentados por todas as médias e grandes cidades. Vimos recentemente a onda de protestos que se alastrou por todo o país tendo como foco principal o transporte público.
Esse assunto já tinha sido amplamente debatido nas últimas eleições. O então candidato e atual prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet, criticou bastante os projetos de mobilidade em andamento, especialmente o projeto de implantação do metrô de Curitiba. A idéia de se implantar um sistema de transporte sobre trilhos em Curitiba não é nova, mas foi na gestão anterior que o projeto ganhou corpo.
Foram anos de estudos, em parceria com o Governo Federal, até se chegar à elaboração do projeto básico. Projeto esse aprovado pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos !“ CBTU, empresa pertencente ao Governo Federal, que atua no transporte metro-ferroviário em diversas cidades brasileiras.
Desde o início da atual gestão municipal esse projeto, outrora elogiado pela nossa Presidenta, foi duramente criticado. Passado o primeiro ano vemos que o projeto original, duramente criticado até hoje, não deve ser tão ruim assim.
O traçado, anteriormente colocado em dúvida, permanece o mesmo – Santa Cândida/CIC Sul – ao longo da canaleta existente, e assim ocorre com o projeto como um todo. Quem tiver o interesse em comparar os dois! projetos verá que se trata de apenas um.
Alguns penduricalhos! mudaram, mas não o projeto de engenharia em si. Graças aos novos recursos liberados pelo Governo Federal para as principais capitais do país após os protestos, foi possível alterar alguns pontos relativos à implantação do projeto.
Mudaram a extensão da primeira etapa de implantação, antes de aproximadamente 14 km, entre CIC Sul e Rua das Flores, para cerca de 17 km, indo do CIC Sul ao Cabral;o método construtivo para a construção do túnel, que será utilizado o Shield!, e o mais intrigante, foram adiadas a implantação de três estações, ou seja, os passageiros terão que caminhar bastante para acessar uma estação nesses trechos.
Agora o que mudou mesmo foi o orçamento previsto para implantação da obra, um salto de R$ 2,3 bilhões para R$ 4,6 bilhões. A implantação do metrô de Curitiba todos sabemos é uma necessidade, mas será que não podia ser por menos?
*Marcelo Araújo é advogado, presidente da Comissão de Trânsito, Transporte e Mobilidade da OAB/PR. Escreve nas segundas-feiras para o Blog do Esmael.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.