Centrão quer premiar as demissões nas empresas durante a pandemia

O Centrão promete liderar na Câmara a derrubada do veto do presidente Jair Bolsonaro à prorrogação da desoneração da folha de pagamento de empresas.

Na última terça-feira (7), o presidente sancionou a medida provisória (MP) 936 que permite a suspensão de contratos de trabalho e redução de jornada e salário.

O Centrão é liderado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e outros parlamentares de baixo clero, origem de Bolsonaro.

Pela fórmula do grupo fisiológico de parlamentares, pune-se o trabalhador e premia o patrão pelas demissões em plena pandemia.

Atualmente, 17 setores da economia se beneficiam da desoneração. As empresas podem escolher entre pagar um percentual que varia de 1% a 4,5% de sua receita bruta como contribuição previdenciária, em vez de calcular o valor sobre 20% da folha de salários. Com isso, podem diminuir a carga tributária.

Se fosse um parlamento popular, a MP 936 jamais seria aprovada. No entanto, o legislativo (Câmara e Senado) é um ambiente patronal e cooptado pelo capital especulativo.

Economia

Congresso, Bolsonaro e mídia sempre estão juntos quando o assunto é ferrar o trabalhador e privilegiar a burguesia endinheirada brasileira.

A conta da pandemia do novo coronavírus, caro leitor, continua sendo paga por você, só você.

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Publicado em 8 julho, 2020

 

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem a capacidade de chocar a situação e a oposição ao mesmo tempo, não só pelas patetices, falas bobas, mas também pelo cavalo de pau nas decisões políticas.

Bolsonaro já havia chocada a nação brasileira ao dizer que usar máscara seria “coisa de viado”; depois com o vídeo dos comprimidinhos de hidroxicloroquina que tomou; agora ao dar a liderança do governo para partidos do Centrão.

Sim, Jair Bolsonaro deu uma marcha ré para para se aliar com os fisiologistas do Centrão cujo líder máximo [oculto] é Rodrigo Maia (DEM-RJ). O presidente da República, quando deputado, sempre foi do Centrão, que, mesmo fora da Câmara, nunca deixou o grupo.

Para acompanhar o Centrão, o Palácio do Planalto defenestrou nesta quarta-feira (8) o deputado Daniel Silveira (PSL-RJ), um dos vices-líderes do governo, enrolado no inquérito das fake news no Supremo Tribunal Federal (STF).

“Acabo de saber que minha retirada da vice-liderança de governo foi pedido do general Ramos para alocar deputados do centrão”, disse o parlamentar. “Estranha essa relação de homens tão próximos [de Bolsonaro] manobrarem enfraquecimento da base do presidente”, escreveu. “Ser líder só tem ônus, mas ao menos que seja alguém de honra”, completou.

O nome mais cotado para a vice-liderança do governo é o deputado Ricardo Barros (PP-PR). Além de ministro da Saúde no governo Michel Temer (MDB), Barros também foi vice-líder do Congresso no governo de Lula, FHC e do próprio Temer.

Bolsonaro chocou os aliados e bolsonaristas. E daí?