As centrais sindicais – CUT, Força Sindical, UGT, CTB, Nova Central, CSP-Conlutas, Pública, CGTB, Intersindical (CCT) e Intersindical-Instrumento de Luta – divulgaram nota em solidariedade aos trabalhadores da Renault de São José dos Pinhas (PR), região da Grande Curitiba, que entraram em greve contra a demissão de 750 trabalhadores sem negociação com o sindicato.
A greve foi convocada por tempo indeterminado.
Confira a nota das centrais sindicais:
As centrais sindicais abaixo assinadas estão solidárias à greve por tempo indeterminado dos trabalhadores da Renault de São José dos Pinhais/PR contra as 700 demissões anunciadas pela montadora na terça, 21 de julho de 2020.
Vale destacar que o anúncio das demissões ocorreu antes do prazo de 72h aprovado na sexta-feira, 17, em assembleia da categoria, para que a empresa voltasse a negociar com o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba/PR (SMC) alternativas para a manutenção dos empregos.
Repudiamos esta forma intransigente de agir da atual direção da planta da Renault em São José dos Pinhais/PR, pois sabemos que a empresa tem recebido incentivos fiscais do governo do Estado do Paraná exatamente para gerar e manter empregos.
Colocamos-nos à inteira disposição dos metalúrgicos, liderados pelo SMC nesta greve, inclusive com manifestações nas lojas revendedoras da Renault de todo o País para mostrar à sociedade a insensibilidade social da empresa, principalmente neste sério momento de pandemia, em que as perdas de emprego e de renda são ainda muito mais preocupantes e podem levar famílias inteiras a riscos sociais muito graves.
São Paulo, 22 de julho de 2020
Sérgio Nobre – Presidente da CUT – Central Única dos Trabalhadores
Miguel Torres – Presidente da Força Sindical
Ricardo Patah – Presidente da UGT – União Geral dos Trabalhadores
Adilson Araújo – Presidente da CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil
José Calixto Ramos – Presidente da NCST – Nova Central Sindical de Trabalhadores
Alvaro Egea – Secretário geral da CSB – Central dos Sindicatos Brasileiros
Atnágoras Lopes – Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas
Nilza Pereira de Almeida – Secretária de Finanças da Intersindical – Central da Classe Trabalhadora
Ubiraci Dantas Oliveira – Presidente da CGTB – Central Geral dos Trabalhadores do Brasil
Emanuel Melato – Coordenação da Intersindical – Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora
José Gozze, presidente da PÚBLICA, Central do Servidor
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Renault demite 747 no Paraná, após usar benefício da MP 936
A planta da Renault no município de São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, no Paraná, demitiu 747 operários ao fechar o terceiro turno da montadora de veículos.
Antes, porém, a Renault usou e abusou dos benefícios da MP 936, editada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que flexibilizou a legislação trabalhista e concedeu auxílio para as empresas no pagamento de salários.
A Renault recorreu às férias coletivas, redução temporária de salários e das jornadas e ao lay-off (suspensão temporária de contrato).
As 747 demissões na fábrica na Grande Curitiba podem ter a ver com a outra face da MP de Bolsonaro, que agora também permite a demissão para a recontratação –mais adiante, se for o caso– com salário mais baixo.
A Renault tem histórico de ‘mamar deitada’ no Paraná, pois, instalada no Paraná no ano de 1998, ainda no governo Jaime Lerner, a montadora usufrui de todos os incentivos fiscais e isenções possíveis e impossíveis.
A subsidiária brasileira da montadora francesa Renault ganhou até o terreno onde está instalada.
A Renault jamais faria na Europa, na França, o que faz aqui nestas plagas.
Mas a culpa pelas demissões não é só da montadora, não. A responsabilidade principal é o presidente Bolsonaro, embora ele malandramente tenda a apontar para o novo coronavírus.
Se o vírus no início foi a escusa para as corporações se reestruturarem, agora, não tem como mais esconder, é a falta de atividade causada pela depressão econômica.
Sem desenvolvimento, não há economia. Sem desenvolvimento, não há consumo. Sem desenvolvimento, não há emprego.
Bolsonaro e Guedes são antidesenvolvimento.
Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.