O deputado Rui Falcão (PT-SP), integrante da transição, disse o presidente cessante Jair Bolsonaro deixará um rombo de R$ 350 bilhões para o governo Luiz Inácio Lula da Silva. O parlamentar estimou que esse valor seria cerca de 4% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
O senador eleito Wellington Dias (PT-PI), virtual líder de Lula no Congresso, disse que o rombo fiscal de Bolsonaro pode chegar a R$ 400 bilhões.
A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), a despeito do rombo que Bolsonaro vai deixar, disse que o presidente eleito vai cumprir as promessas da campanha.
“Aos críticos vai aí uma informação. Orçamento de 2023 de Bolsonaro não tem recurso previsto pra merenda escolar, Farmácia Popular, creches e auxílio de 600 reais. Estamos trabalhando para reverter a terra arrasada que estamos encontrando e colocar o povo no orçamento”, disse a dirigente petista.
Gleisi ainda declarou que Bolsonaro desmoralizou o teto de gastos, cortou tudo da área social pra bancar orçamento secreto e agora todo mundo preocupado conosco. “Não tem essa de licença pra gastar. Governamos com responsabilidade fiscal e social, e assim será de novo.”
Magoado com a denúncia do rombo, o senador eleito Hamilton Mourão (Republicanos-RS) afirmou que a PEC da Transição seria um “estupro no orçamento”.
Segundo Gleisi Hoffmann, a declaração de Mourão é no mínimo desonesta porque “nem bem acabamos de iniciar a transição e estamos negociando a pauta que interessa ao povo trabalhador’. “Onde ele estava durante a farra do orçamento secreto e o uso perdulário e ilegal da máquina pública nas eleições?”, questionou a presidente do PT.
O Marcelo Castro (MDB-PI), relator-geral do orçamento do governo federal para 2023, também deu uma canelada em Mourão.
“Nosso senador eleito Mourão está convidado a dar suas sugestões. Sou o relator e estou fazendo orçamento da maneira mais participativa. Ele tem sugestão melhor? Apresente”, desafiou o relator.
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Jornalista e Advogado. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael.