Bolsonaro tenta o truque da facada mais uma vez nas eleições de 2022

Pelo Twitter, o presidente Bolsonaro anuncia que recebeu alta na manhã de quarta-feira (05/01/2021)

Um raio caiu duas vezes em um mesmo lugar? O presidente Jair Bolsonaro (PL) quer provar que sim, que esse fenômeno pode se repetir ad eternum. Para isso ele usará o truque da facada que o elegeu em 2018, isto é, o mandatário pretende requentar o assunto nas eleições deste 2022.

A palavra “truque” foi usada pelo pré-candidato ao governo de São Paulo, Fernando Haddad (PT), que, na disputa de quase quatro anos atrás, foi fulminado pela armação do agora suspeito ex-juiz Sergio Moro (Podemos) e da suposta facada.

“Uma dor de barriga conveniente e o desprezo de Bolsonaro pelo Nordeste some do noticiário”, disse nesta terça-feira (04/01) o petista, sugerindo mais um “truque” eleitoral do inquilino do Palácio do Planalto.

Para dar o ar de gravidade e veracidade de sua enfermidade, o presidente Jair Bolsonaro se internou no Hospital Nova Star, em São Paulo, no primeiro dia útil do ano (03/01) e mandou chamar às pressas o cirurgião Antônio Luiz Macedo, que se encontrava em férias nas Bahamas. O médico o acompanha desde 2018, após o que se convencionou chamar de “atentado”.

As fortes dores abdominais de Bolsonaro podem ser apenas prisão de ventre devido à farra do presidente que, em férias, abusou de frituras, refrigerantes e camarões. Tudo pago com o cartão corporativo da Presidência da República.

Economia

Haddad recorreu a uma “fact-checking” para suspeitar da “doença” de Jair Bolsonaro no primeiro dia útil de trabalho.

Pelo Twitter, o presidente Bolsonaro anuncia que recebeu alta na manhã de quarta-feira (05/01/2021)
Pelo Twitter, o presidente Bolsonaro anuncia que recebeu alta na manhã de quarta-feira (05/01/2021)

“Segundo uma agência de checagem, 606 declarações feitas por Bolsonaro em 2019 foram classificadas como falsas, média de 1,6 mentira por dia. Em 2020, o número subiu para 1.592, ou 4,36 por dia, e em 2021 foram registradas 2.516 falas mentirosas, elevando a média DIÁRIA para 6,9”, escreveu o candidato a presidente do PT em 2018, Fernando Haddad, que diz farejar de longe como ninguém um mentiroso.

Dito isso, a Polícia Federal, transformada em braço político de Bolsonaro, escolheu o delegado Martin Bottaro Purper para reabrir o inquérito da suposta facada desferida por Adélio Bispo Oliveira, em 6 de setembro de 2018, no município de Juiz de Fora (MG).

O policial federal terá a tarefa de decifrar em ano eleitoral [sic] se Adélio Bispo contou com a ajuda de terceiros ou agiu a mando de alguém, embora em duas investigações a PF já tenha concluído que ele cometeu o crime sozinho.

Com idas e vindas, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) determinou a reabertura do caso –que ainda depende de um recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e poderá também chegar ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Se fosse nos Estados Unidos, a legislação jamais permitiria tal casuísmo com a clara intenção de modificar o resultado eleitoral em curso. Mas estamos no Brasiiiilllll. Se o então juiz Sergio Moro fez o que fez na eleição passado, mandando prender o principal opositor político para depois virar ministro, imagina o que está por vir por aí…

O diabo é que a velha mídia corporativa, ao invés de tratar esse tema como denúncia grave, fraude, mentira, “fake news”, truque, doura a pílula para transformar mais esse golpe em notícia factual. Não é! Os jornalões seguem célere para mais uma cumplicidade com Bolsonaro.

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