O subprocurador-geral da República, Luciano Mariz Maia, afirmou em uma entrevista que o discurso do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nos últimos quatro anos agravou a situação dos indígenas na Terra Yanomami. Mariz Maia foi um dos autores da denúncia que levou à condenação de cinco garimpeiros por genocídio contra o povo Yanomami em 1993, que terminou com a morte de 16 indígenas da comunidade Haximu.
De acordo com Mariz Maia, a situação atual da Terra Indígena Yanomami é mais grave do que há 30 anos, devido ao incentivo ao garimpo em terras indígenas por parte do Estado e o “enfraquecimento deliberado” dos órgãos destinados a proteger e fiscalizar as terras.
Jair Bolsonaro negou as acusações e afirmou, através das redes sociais, que “nunca um governo dispensou tanta atenção e meios aos indígenas” como na sua gestão.
Mariz Maia concordou que a situação é bem mais grave do que a de 1993, devido aos fatores de atrito e a presença de não-índios em terras indígenas, que os torna mais suscetíveis a doenças transmissíveis. Ele também destacou o incentivo do governo federal nos últimos quatro anos à presença de garimpo em terras indígenas, especialmente em Roraima, com os Yanomamis. Além disso, houve o enfraquecimento da presença do Estado, devido ao desmantelamento da Funai e dos órgãos de proteção, além da presença de garimpeiros incentivada pelo Estado com o anúncio de um projeto de lei para liberar terra indígena.
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