Bolsonaristas podem assumir comando da ALEP, caso pedido de afastamento de Traiano prospere

O pedido de afastamento do presidente da Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP), Ademar Traiano (PSD), formulado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR), pode ter um impacto significativo na política paranaense.

Se o pedido for atendido, o 1º vice-presidente da Casa, Marcel Micheletto (PL), assumiria o comando da ALEP.

Os bastidores políticos fervem com a possibilidade de os bolsonaristas e os lavajatistas assumirem o comando da ALEP, caso o pedido prospere.

O ofício da OAB-PR, desta quinta (7/12), revela a natureza delicada da situação.

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O pedido em tela foi endereçado ao próprio Traiano.

Economia

A Ordem dos Advogados do Brasil destaca que o presidente Traiano firmou, no ano passado, um acordo de não persecução penal relacionado a um caso de corrupção ligado ao cargo que ocupa.

Segundo a autarquia, esse fato abalou significativamente o prestígio da ALEP, demandando ações concretas para o restabelecimento da dignidade do Poder Legislativo paranaense.

A OAB-PR ressalta a imperatividade do respeito à Constituição, às instituições democráticas e aos princípios de probidade administrativa.

A manifestação solene da Ordem destaca que, além do dever de probidade, há o compromisso de emanar uma imagem irretocável de integridade.

A mera sugestão de comprometimento dessa integridade pode abalar as estruturas de qualquer agente político, diz a Ordem.

As manifestações em plenário, pedindo a saída de Traiano, coincidentemente, uniu lavajatistas e bolsonaristas.

Lavajatistas, representados por Luiz Fernando Guerra (União) e Fábio Oliveira (PODE), expressaram seu descontentamento.

No Paraná, a OAB tem um perfil lavajatista e recentemente foi alvo de críticas de juristas garantistas.

No entanto, chama a atenção a participação do bolsonarista Ricardo Arruda (PL), evidenciando as intricadas relações políticas no estado com a extrema direita.

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O deputado Marcel Micheletto (PL), 1º vice-presidente da ALEP, surge como figura estratégica.

Caso o afastamento de Traiano se concretize, Micheletto seria o herdeiro do cargo.

Sua ligação com o bolsonarismo levanta questionamentos sobre a influência dessa corrente política na condução da ALEP.

“Para saber. O 1º Vice presidente da Alep é o líder máximo do bolsonarismo no Estado. Inimigo político do Lula. Será amigo politico do Ratinho? Quais os reais e integrais interesses no desgaste de Traiano pela RPC, ainda que fundados em fatos reais e inadmissíveis?”, questionou no grupo de WhatsApp do Blog do Esmael o advogado Daniel Godoy Junior.

Segundo o causídico, Bolsonaro pode vir buscar o título de cidadão honorário do Paraná e ainda levar, de lambuja, na semana que vem, a presidência da Assembleia Legislativa do Paraná.

Na sexta-feira, dia 15 de dezembro, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participa de cerimônica na ALEP para receber a honraria aprovada pelo bolsonarismo e pelo lavajatismo.

O Partido dos Trabalhadores (PT), agremiação que agasalha Renato Freitas, também emitiu uma nota nesta quinta-feira (7/12) sobre a crise na ALEP.

“Estamos pedindo informações ao Ministério Público e ao Tribunal de Justiça do Paraná sobre o processo na sua totalidade e, inclusive, sua possível homologação, uma vez que neste momento as informações que temos são só as noticiadas”, diz um trecho da nota petista.

Para o PT, diante do ocorrido, a bancada do partido considera qualquer sanção aplicada ao deputado Renato Freitas arbitrária e ilegal e tomará todas as medidas cabíveis para a defesa de seu mandato e para a devida apuração das revelações.

“O Partido dos Trabalhadores do Paraná e a bancada do PT na Assembleia Legislativa está acompanhando os desdobramentos deste caso e se posicionará adequadamente em cada movimento posterior de forma necessária”, conclui o documento assinado pela bancada na ALEP e a direção estadual da sigla.

Aqui está a íntegra do pedido da OAB-PR.

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